Geral

Não há previsão para início da obra

Foto: Jornal Notisul/Divulgação

Foto: Jornal Notisul/Divulgação

Há 15 meses sem novidades, a Ferrovia Litorânea parece que foi esquecida pelos governos federal e estadual. O projeto básico está pronto e o executivo deveria ser encerrado em maio deste ano. A última informação, em agosto do ano passado, foi de que a Fundação Nacional do Índio (Funai) impedia a obra, uma vez que os trilhos passariam por área indígena.

O Departamento de Infraestrutura de Transporte do estado (Dnit) foi procurado pela equipe do Jornal Notisul, assim como o governo federal, por meio da Diretoria de Infraestrutura Ferroviária (DIF) e o governo do estado. Em três semanas, não houve retorno sobre a situação.

Em julho do ano passado, o governador Raimundo Colombo participou de audiência com o diretor presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo, para tratar da Ferrovia Litorânea, com a proposta de que as obras fossem executadas pelo Exército. O governador tinha a expectativa de iniciar os trabalhos ainda no ano passado. 

Em agosto do mesmo ano empresários e lideranças políticas estiveram reunidos na sede da Associação Empresarial de Criciúma (Acic) para conhecer o projeto básico da obra. A previsão era executar o trabalho em quatro anos. Ainda no mesmo mês foi anunciado que a abertura da Ferrovia Litorânea enfrentava o mesmo problema da finalização das obras de duplicação da BR-101: a condicionante indígena no Morro dos Cavalos, por onde os trilhos, assim como a rodovia, passarão.

Existem três propostas de traçado diferentes. Todos impactariam de forma mínima a reserva. A decisão final é da Funai, mas o órgão, desde março do ano passado, quando as opções foram explanadas, não fez um pronunciamento oficial.

Um projeto audacioso!

Santa Catarina tem 980 quilômetros de ferrovias. Com a ampliação planejada, mais do que duplicará a malha e proporcionará ganhos econômicos até então inimagináveis, em especial para a indústria. A almejada Ferrovia Litorânea está dividida em dois lotes. Os projetos de engenharia iniciaram em maio de 2009, sob um investimento na casa dos R$ 20 milhões. Em paralelo, o Plano Básico Ambiental (PBA), uma das partes mais importantes da obra, também começou a ser realizado. O trabalho é realizado pelo consórcio STE/Oikos, com um investimento de R$ 3.931.180,00, exclusivamente do governo federal. Os técnicos percorreram todos os 235,6 quilômetros de extensão do traçado planejado de Imbituba, onde terminam os trilhos da Tereza Cristina, sediada em Tubarão, até Araquari, no norte catarinense. Quando estiver pronta, a Ferrovia Litorânea ainda interligará os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Além de encurtar distâncias, ampliará de forma significativa as oportunidades de negócios, com maior ênfase às exportações, cujos custos serão bem menores do que hoje.

A proposta

A proposta mais aceita é que parte dos trilhos passem por um túnel de 3,5 quilômetros e o restante do caminho seja completado pela encosta do Morro dos Cavalos, em Palhoça, por meio de plataformas elevadas. A previsão de uma decisão era para o segundo semestre do ano passado, porém até agora não houve nenhum pronunciamento.

Ferrovia do Frango

O governador Raimundo Colombo, a ministra do planejamento, orçamento e gestão, Miriam Belchior, e o ministro dos transportes, Paulo Sérgio Passos, assinaram ontem a ordem de serviço para a elaboração do Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) e o projeto básico de engenharia do Corredor Ferroviário de Santa Catarina – Ferrovia do Frango. O vencedor da licitação é o Consórcio Prosul/Setepla/Urbaniza/Hansa, e o investimento será de R$ 46,5 milhões. O estudo e o projeto básico devem ser entregues em 22 meses (dez meses para conclusão da pesquisa e o restante para o projeto). A Ferrovia do Frango é um empreendimento com 862 quilômetros que deve atravessar o estado de Santa Catarina. Um traçado prévio iria interligar o município de Dionísio Cerqueira, no extremo-oeste, com o Porto de Itajaí, no litoral. Porém, só com o final dos estudos será possível ter informações sobre a viabilidade e o trajeto ideal.