Segurança

Novo Santa Augusta será entregue mês que vem, em Criciúma

"É uma revolução dentro do sistema prisional criciumense". Foi assim que resumiu o novo gerente do Presídio Santa Augusta, em Criciúma, o agente penitenciário Felipe Alves Goulart. Ele está à frente da unidade prisional há cerca de dez dias, sucedendo a agente prisional Maira de Aguiar Montegutti, que assumiu a direção da Penitenciária Sul.

A declaração do gerente do presídio é referente às novas obras que ocorrem na unidade a transformando em praticamente um novo Santa Augusta, e modelo para outros estabelecimentos penais do estado. O novo presídio tem prazo de entrega para o próximo mês. O objetivo é melhorar o ambiente prisional e ampliar o trabalho voltado à ressocialização, por meio do trabalho e da educação.

As mudanças começaram após o início das obras das duas novas galerias, que foram concluídas no final do mês passado. Em um raro e inédito momento, pelo menos dos últimos anos, o Santa Augusta atualmente possui vagas disponíveis, contrapondo o extinto quadro de superlotação que levou o juiz da Vara de Execuções Penais, Rubens Salfer, a interditá-lo no ano passado.

O anúncio da ampliação por parte da Secretaria de Justiça e Cidadania – SJC e do Departamento de Administração Prisional – Deap mudou a posição do magistrado. São 650 vagas para um quadro atual de 625 detentos. Só nas duas novas galerias são 388 vagas, todas ocupadas, mas sem superlotação. Além de toda modernização, voltada inclusive para segurança, às duas novas galerias contam com cela para pessoas com necessidades pessoais.

Celas para triagem

A antiga Galeria E agora é a Galeria Feminina e também irá passar por reforma. O Presídio Santa Augusta também irá contar com uma sala de triagem que irá acrescentar mais 48 vagas, destinadas a presos temporários, o que geralmente ocorre em operações da Polícia Federal ou do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado – Gaeco, como também em prisões para investigação da Polícia Civil. Presos que recém ingressam na unidade prisional e passam por uma seleção antes de entrar nas celas das galerias, também estarão inseridos na sala de triagem.

Não só o espaço destinado a detentos passa por reforma. As áreas de visitas, revistas e administrativas também estão sendo todas reformuladas, visando aperfeiçoar o trabalho dentro do ambiente carcerário "Para atender melhor os profissionais de Direito, advogados e também religiosos. Queremos deixar o presídio aberto a toda comunidade, que também é muito importante neste processo de ressocialização", aponta Goulart. Com a reforma, quem ganha também é a segurança. Guaritas blindadas também estão em fase de instalação.

Com educação e trabalho

Goulart é agente penitenciário concursado desde fevereiro de 2008. Por quatro anos atuou no setor jurídico do Santa Augusta e depois  foi gerente de execuções penais da Penitenciária Sul, onde estava até então antes de assumir como gestor do presídio criciumense. É professor de Direito Penal e Execução Penal da Academia de Justiça e Cidadania – Acadejuc, pós-graduado em Ciências Criminais, além de ser habilitado na Ordem dos Advogados do Brasil – OAB.

"Um dos objetivos é a padronização dos procedimentos, visando à segurança, a concessão de Direito e abrir as portas do presídio para o atendimento à comunidade, que está inserida na Execução Penal. Claro, ressaltando todo trabalho voltado à ressocialização, por meio da educação e do trabalho. Um total de 166 detentos estão matriculados para começarem as aulas no próximo mês. Também irá começar a remição (de pena) por leitura, com 73 detentos do regime semiaberto", adianta o agente penitenciário.

Além do estudo, o trabalho no cárcere, ou fora dele, envolvendo apenados, é também uma das bandeiras de Goulart. "Queremos reforçar e buscar parcerias, não só com estatais, como também na iniciativa privada, para o trabalho dos reeducandos. Se todos participarem é possível sim a ressocialização, e com isso, quem ganha também é a sociedade. Com trabalho e educação é possível", ressalta Goulart, sobre a possibilidade do não retorno dos detentos ao "mundo do crime" por meio de oportunidades oferecidas dentro do próprio ambiente prisional.

Com informações de Talise Freitas / Clicatribuna 

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