Saúde

Novo soro desenvolvido por pesquisadores de Tubarão pode salvar vidas em todo o país

Tubarão é um dos três locais onde o estudo será realizado no país, além de Botucatu, São Paulo, e Uberaba, Minas Gerais

Foto: Divulgação

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Incidentes causados por abelhas afetam mais de dez mil pessoas todos os anos no Brasil, causando cerca de 40 óbitos. Estimativas apontam que este número pode ser quatro vezes maior. As mortes podem ser decorrentes de dois mecanismos: envenenamento pela peçonha da abelha; e anafilaxia.

O soro, que será desenvolvido em Tubarão, visa evitar as mortes e complicações decorrentes do primeiro mecanismo. A partir do convite feito pela Faculdade de Medicina da Universidade do Estado de São Paulo – Unesp, e por sua Unidade de Pesquisa Clínica – Upeclin, o Centro de Pesquisas Clínicas do Hospital Nossa Senhora da Conceição – HNSC, na Cidade Azul, e Universidade do Sul de Santa Catarina – Unisul, que é integrante da Rede Nacional de Pesquisa Clínica do Ministério da Saúde, atua no Estudo Apis, o qual avalia a segurança, capacidade neutralizante e a menor dose eficaz do soro antiapílico para o tratamento de múltiplas picadas de abelhas africanizadas Apis melífera.

Tubarão é um dos três locais onde o estudo será realizado no país, além de Botucatu, São Paulo, e Uberaba, Minas Gerais. O Estudo Apis visa verificar a segurança do produto, ou seja, analisar se ele não causa eventos adversos graves que possam ser mais importantes que seu benefício. Como um soro contra o veneno de abelhas nunca foi testado em seres humanos, é fundamental que isso seja feito. O objetivo secundário é verificar a eficácia, ou seja, se ele protege e evita mortes em pacientes com múltiplas picadas de abelhas. Existe uma série de condições para que o paciente seja candidato a receber o produto, entre eles que seja vítima de mais de cinco picadas e maior de 18 anos.

Conforme o site Notisul, o soro já foi aprovado pela Anvisa e pelo Comitê de Ética em Pesquisa, razão pela qual o recrutamento de pacientes iniciará nos próximos dias. O local do estudo na Cidade Azul será no HNSC. No momento, a investigadora principal é a professora e médica Fabiana Schuelter-Trevisol. Os subinvestigadores são os médicos José Nixon Batista (chefe da emergência) e Daisson José Trevisol (Coordenador do Centro de Pesquisa). A previsão é que os trabalhos durem até 2018.