Foto: Notisul
Cortar o cabelo pode ser algo simples, mas também pode ser uma prática com significados que vão muito além da estética e da moda. Doar as mechas para a fabricação de perucas é um jeito indolor de ajudar pessoas que estão na batalha contra o câncer.
Daniele Fernandes de Bitencourt, 25 anos, mora em Capivari de Baixo e descobriu há dez dias que está com câncer de mama. Ela é a idealizadora da campanha “Mechas do Amor”, que teve início em uma rede social e por meio da ação já foram feitas 130 doações para confecção de perucas.
A jovem já passou pela primeira sessão de quimioterapia e em breve começará a perder os cabelos. “Estou muito confiante que será por uma boa causa. Nascerá novamente. E acredito que minha carequinha será bem aceita por mim”, enfatiza. Daniele decidiu iniciar a campanha de doação de cabelo no dia que cortou o próprio. “Cortei curtinho, já que ele iria cair mesmo, não queria desperdiçá-los. Minha irmã e amiga decidiram cortar junto comigo para me apoiar”.
Segundo o jornal Notisul, a professora de educação física, Lidiane Santos Correa, mobilizou as alunas que frequentam a aula de zumba e demais mulheres de Treze de Maio a doarem pedaços de cabelo para a causa. “Minha amiga descobriu há poucas semanas que tem câncer de mama. Mesmo com a doença teve a ideia de doar o cabelo para a confecção de perucas. Resolvemos ajudá-la nessa corrente do bem e estou passando a ideia para as minhas amigas e alunas. Eu também já cortei o meu”, explica a professora. “Fico feliz em poder ajudar a aumentar a autoestima dessas mulheres guerreiras”, ressalta.
No Outubro Rosa nem tudo são flores
“Há quatro meses estava no banho, fui fazer o autoexame e achei uma bolinha, um nódulo. Fiquei apavorada, chorei muito e pensei: meu Deus estou com câncer de mama! Marquei uma consulta com o ginecologista na mesma semana e ele indicou procurar um mastologista, pois o nódulo era maior que o comum. Após a consulta, foram constatados três nódulos na mama. O médico solicitou alguns exames. Há dez dias recebi o resultado que confirmou um câncer maligno. Em um primeiro momento achei o fim do mundo. Mas, com os dias, as pessoas apoiando, mandando mensagens, orações, pensamentos positivos, fui ficando confiante. E também não poderia desistir e desanimar, sabia que deveria ser forte e mostrar para meus pais que estaríamos juntos nessa”, relata Daniele.
Doações
As doações ocorrem de forma voluntária e se proliferam cada vez mais. E, se os cabelos fazem bem para quem os recebe, certamente também fazem bem a quem os doa. Em Capivari de Baixo, os cortes podem ser feitos no Salão da Sandra (3623-2172) e na Keity Cabelereira (3623-3139). Em Tubarão, no Salão Estrelas, próximo à Unisul. Os cortes são gratuitos.
Além da própria luta contra a doença, que é um processo muito difícil, a perda dos fios afeta o lado psicológico, que também é muito importante e faz a diferença no processo de cura. Por isso, muitas vezes o uso de uma peruca pode fazer a diferença, e faz com que essas mulheres se sintam mais bonitas e confiantes e enfrentem melhor o tratamento. Assim, todas as mechas arrecadadas serão doadas às pacientes com câncer do Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC) de Tubarão, no próximo dia 31, como fechamento do Outubro Rosa.
Requisitos para doar
• O cabelo precisa ter, no mínimo, 10 centímetros.
• Não há restrição em relação à cor ou tipo de cabelo, mas, quanto mais natural, melhor.
• Fios muito descoloridos ou com dreads geralmente não são aceitos, pois a fragilidade deles impede que sejam presos à base da prótese de forma correta.
• A dica da Fundação Laço Rosa é avisar ao seu cabeleireiro que quer cortar para doar e pedir que ele separe com um elástico a ponta da raiz.
• Nunca deixe os fios cortados tocarem o chão.
• Na maioria, os cabelos podem ser entregues pessoalmente ou até mesmo enviadas pelos Correios. Nesse caso, deve ser usado um saco plástico e os fios precisam estar secos.
• Entre em contato antes para saber a melhor forma de proceder.