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O primeiro contato com o mar

O primeiro contato de Adão com o mar foi desafiador. Há dez anos morando na antiga Casa de Saúde do Rio Maina, em Criciúma, administrada atualmente pelo Instituto de Saúde e Educação Vida (Isev), o paciente ficou encantando com a imensidão à sua frente. “Molhei só o pé porque estava com medo de que a água fosse me carregar”, contou o homem, que aos poucos foi enfrentando o temor.

Assim como Adão, outros pacientes iniciaram o longo caminho para o mar com um pouco de receio. Alguns colocaram apenas os pés na água, outros não se aproximaram e teve quem precisou de uma ajudinha dos funcionários da casa para se aproximar do novo. Com o passar do tempo, os mais corajosos até arriscaram o mergulho nas ondas de água fria e salgada.

O momento será inesquecível para os 34 pacientes e para os dez funcionários que acompanharam o passeio à praia, no Balneário Rincão, na manhã de sábado. A assistente social Luana Soratto também vibrou com a superação dos internos. “Muitos não conheciam o mar e este passeio oportuniza o convívio dos pacientes com a sociedade e trará benefícios para a qualidade de vida deles”, destacou a profissional.

A técnica de enfermagem Tânia Regina Teixeira, que trabalha na instituição há 18 anos, contou que o passeio mudou a rotina dos internos, antes mesmo de ter ocorrido. “A semana foi movimentada. Eles estavam muito ansiosos para vir à praia, sempre perguntando quando viríamos e como seria”, relatou. “Muitos não têm mais contato com os familiares e os moradores adquiriram com a convivência o espírito de fazer parte da mesma família. Eles precisam de momentos de lazer fora do setor”, colocou a funcionária.

A diretora do Isev, Mari Jamardo, ressaltou a importância de promover atividades de integração entre os internos e a comunidade. “Almejamos novos projetos de inclusão para os pacientes. Essas atividades mudam a visão de quem estava acostumado somente com o mundo que vivia dentro do centro. O tratamento humanizado, voltado à reintegração na sociedade, é um dos objetivos do instituto”, falou a diretora.

Além de conhecer o mar, os internos participaram de churrasco, promovido por um grupo de voluntários. “A ajuda de empresários e instituições é necessária para que possamos realizar mais encontros como esse. O transporte foi uma parceria com a Expresso Forquilhinha, que cedeu o ônibus e o motorista para que pudéssemos trazer algo novo e um pouco de alegria aos pacientes”, completou Mari.

Colaboração: Jornal da Manhã

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