Trânsito

Ônibus de acidente que matou 9 não podia trafegar pela BR-282, diz ANTT

Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação/G1 SC

Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação/G1 SC

O ônibus envolvido no acidente em Alfredo Wagner, na Serra catarinense, não tinha autorização para fazer o percurso na BR-282 no trecho onde houve a queda da ribanceira, segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). A informação foi divulgada pelo órgão federal nesta segunda-feira (12). A instituição afirmou que vai tomar medidas administrativas após conclusão do inquérito policial.

O acidente aconteceu por volta das 3h20, no km 109,8 da BR-282, em Alfredo Wagner, quando saiu da pista e caiu em uma ribanceira. Das 41 pessoas que estavam no veículo, nove morreram, dois passageiros estão na UTI e nove seguiam internados até a tarde desta segunda. O veículo da empresa Reunidas saiu de Posadas, na Argentina, às 11h30 de sábado (10) e tinha como destino Florianópolis, com chegada prevista para 6h de domingo. A maioria dos passageiros era do Rio Grande do Sul.

Nesta segunda, a ANTT afirmou em nota que recebeu o comunicado do acidente por parte da Reunidas. Em nota, o órgão afirmou que o km 107 da BR-282, onde houve a queda da ribanceira, não fazia parte do percurso autorizado pela ANTT para essa viagem. A Agência vai aguardar a conclusão do inquérito policial para tomar medidas administrativas necessárias.

A Reunidas comunicou, por meio de nota oficial, que "a empresa repudia informações inverídicas de que não cumpre a escala e os horários determinados pela legislação". O texto também informou que "o horário de trabalho do motorista estava dentro da carga horária permitida por lei e havia sido cumprido o horário de intervalo determinado pela legislação".

Velocidade

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) divulgou às 11h desta segunda que o ônibus trafegava em uma velocidade média de 70 km/h. Depois da leitura do disco do tacógrafo, a PRF interpretou que o coletivo variava entre 60 km/h e 80 km/h durante a viagem, velocidades compatíveis com as estradas do percurso. Depois da saída de pista, o veículo chegou a 122km/h, segundo indicado pelo tacógrafo no momento da colisão.

Segundo a PRF, o tacógrafo será encaminhado à Polícia Civil de Alfredo Wagner. O responsável pelo caso, Vanderlei Kanopf, irá reunir a prova no inquérito policial. Conforme Kanopf, todos os sobreviventes do acidente prestarão depoimento à Polícia Civil para colaborar com o inquérito que irá apontar as causas da queda da ribanceira. A investigação ainda não tem prazo de conclusão.

Vítimas

Após o acidente, sete pessoas morreram na hora, incluindo o motorista do ônibus. Além dele, o veículo levava 40 passageiros, segundo a Reunidas. Duas mulheres que foram levadas ao Hospital Regional de São José morreram na manhã de domingo. No total, 23 pessoas foram internadas, entre elas crianças.

Até a tarde desta segunda, nove pessoas continuavam internadas, três em Lages, na Serra, e seis na Grande Florianópolis. Dessas, duas estão em unidades de Terapia Intensiva (UTI).

Com informações do site G1 SC