Segurança

Pai desabafa sobre a morte da filha

Foto: Jornal Notisul

Foto: Jornal Notisul

Vinte e três dias após a morte de Carol Seidler Calegari, a Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Tubarão ainda não conseguiu prender o responsável pelo homicídio. A menina, de 7 anos, foi encontrada morta, dentro de uma caixa, em um dos quartos da casa da mãe, no bairro Monte Castelo, na Cidade Azul.

A genitora, de 48 anos, está desaparecida desde o ocorrido. No início, a investigação chegou a cogitar a possibilidade de suicídio. Mas, depois de tanto tempo de espera e nenhum corpo encontrado, o delegado Rubem Teston descartou o indício. “Nós continuamos com as diligências. Muitas pessoas já foram ouvidas, mas o que nós precisamos é que a mãe de Carol se apresente. Só ela pode esclarecer o assunto”, relatou o delegado.

Em entrevista exclusiva ao jornal Notisul, o pai da menina, Gilson Botega Calegari, de 42 anos, decidiu falar sobre o assunto. Ainda abalado, o encarregado de produção disse que não se conforma com a morte da filha e que, para ele, a ex-mulher é a responsável pelo homicídio.
“No princípio, achei que ela teria se matado. Mas agora acredito que esteja viva. Acredito 100% que foi ela quem matou a Carol. Se não foi, deve ter sido conivente com alguém. Mesmo que ela tenha pedido para alguém fazer o serviço, isso não tira a sua culpa”, desabafou Gilson.

Sobre a separação dos dois, o encarregado de operações disse que não foi tranquila, mas que não houve agressão. Já com relação à possibilidade da ex-mulher ter surtado por causa de ciúmes, Gilson foi enfático. “Se foi por ciúmes, por que ela não me matou? A criança não tinha culpa de nada”, questionou indignado.

“Ela usava inibidor de apetite”

Nos últimos tempos, Gilson soube que a ex-mulher tomava remédios para emagrecer. São medicamentos de uso controlado, que poderiam causar alteração de comportamento. “Sei que eram remédios meio fortes, mas louca eu sei que ela nunca foi”, relatou o pai.

O delegado responsável pelo caso, Rubem Teston, disse que a mãe de Carol tomava ainda um indutor de sono chamado Zolpidem. O medicamento é considerado hipnótico e, em alguns casos, pode causar comprometimento da função respiratória e depressão. De acordo com a bula do produto, o uso deste tipo de droga não deve ultrapassar quatro semanas.

Gilson quer uma resposta para o crime

Desde que Carol foi encontrada morta e a mãe da menina desapareceu sem dar explicações, Gilson não dorme direito. O encarregado de operações diz não entender porque o crime ocorreu, já que a relação entre a mãe e a filha era boa. “Ela era a melhor mãe do mundo e falo isso para todos. Tínhamos uma amizade muito boa”, disse o pai da menina.

Durante a entrevista, Gilson relatou que Carol nasceu por meio de uma inseminação artificial e que, por causa disso, ela era tratada com muito carinho. “Quem passou por isso sabe que o processo de inseminação é demorado. Mas, no nosso caso, ocorreu logo na primeira vez. Por isso, costumávamos dizer que a Carol era um anjo”, desabafou Gilson.

Sobre os boatos que surgiram sobre o pedido de guarda da criança, o pai disse que nunca ocorreu. De acordo com Gilson, Carol morava com a mãe, mas visitava sempre a família dele. “Eu pagava a escola e ajudava no que ela precisava. Minha ex-mulher nunca me pediu pensão. Todos os dias pela manhã, minha filha ia para a casa da minha mãe. Eu nunca quis tirar o poder dela. Nós tínhamos quase uma guarda compartilhada”, informou Gilson.