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Peixes são descartados às margens da BR-101

Fotos: Lucas Mendes/Clicatribuna

Fotos: Lucas Mendes/Clicatribuna

Quem costuma trafegar pelas margens da BR-101 entre a Vila Esperança e a entrada para a Esplanada, em Içara, desde a semana passada de depara com mau cheiro no local. O motivo do incômodo vivenciado principalmente por quem trafega na rodovia ou precisa trabalhar na lavoura de arroz que está localizada próxima à estrada foi o descarte de uma carga de peixes naquela localidade.

Conforme relato de um morador, em entrevista para o site Clicatribuna, os pescados em decomposição vêm causando transtornos. “Vimos o caminhão largando os peixes aqui, mas como era longe, não conseguimos identificar de que empresa ele era. Eles estão às margens da estrada desde quarta-feira passada, logo após o Carnaval. Pelo o que vimos, uma média de 400 quilos de peixes, entre eles tainhas, tainhotas, corvinas e até camarão foram jogados ali e estão apodrecendo desde então”, explica Willian Alves Guimarães, que trabalha na lavoura de arroz próximo ao local. 

Segundo Willian, esta não é a primeira vez que problema acontece. “Outras três ou quatro vezes já foram colocados peixes ali e ninguém sabe quem foi. Além disso, também é comum as pessoas depositarem lixo e até animais mortos. Uma verdadeira falta de respeito com quem precisa trabalhar. Hoje (ontem) mesmo tivemos que procurar outro local para almoçar porque é impossível se alimentar em meio ao mau cheiro”, relata. 

Multa de até R$ 10 mil e apreensão de veículo em caso de flagrante 

De acordo com a Fundação Municipal de Meio Ambiente de Içara (Fundai) nenhuma solicitação para retirada do material foi realizada ao órgão. “Não chegou nada até a Fundai sobre o descarte deste material. Como peixe é de origem orgânica ele precisa ser colocado em um local próprio e não às margens de uma rodovia. Como na maioria das vezes esse tipo de ação é feita à noite ou em períodos em que não há movimentação fica difícil fazermos o flagrante. Os responsáveis pelo descarte incorreto, se pegos em flagrante podem ser autuados com multa de até R$ 10 mil, além de ter o caminhão ou veículo apreendido”, explica Ricardo Garcia Silva, biólogo da entidade. 

Por mais que o material seja orgânico, segundo Ricardo, podem ocorrer vários riscos ao meio ambiente e também à saúde humana. “Se acontecer de chover e essa grande quantidade de material em decomposição cair em algum curso d’água pode ocorrer o que chamamos de eutrofização, que é a morte do curso d’água e a consequente perda de peixes que vivem nesses locais. Além disso, é um grande problema para a saúde pública, já que esse material em estado de putrefação atrai bactérias e pode causar doenças”, explica. 

A orientação da Fundai é que quem flagrar qualquer tipo de descarte incorreto de material entre em contato com o órgão ambiental responsável. “Caso não seja possível o atendimento, o ideal é que possam ser feitas fotos ou vídeos que identifiquem o infrator. Assim os responsáveis poderão ser autuados, mesmo que não sejam pegos em flagrante”, explica.