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Pescadores realizam protesto em Laguna

Foto: Elvis Palma/Divulgação/Notisul

Foto: Elvis Palma/Divulgação/Notisul

Um grupo de pescadores esteve reunido ontem pela manhã, em frente ao quartel da Polícia Militar Ambiental de Laguna, com cartazes e faixas para protestar contra as mortes de animais marinhos.
Conforme o jornal Notisul, até o momento, nenhuma autoridade ambiental chegou a uma conclusão do que estaria causando a morte dos peixes nas águas das lagoas Santo Antônio dos Anjos, Mirim e Imaruí, além do filhote de boto e uma tartaruga, ambos encontrados sem vida na praia do Mar Grosso.

“Estamos preocupados. Organizamos este movimento na busca de um direcionamento e para montar uma ação civil pública no Ministério Público Federal e Estadual para reivindicar o direito dos pescadores quanto ao prejuízo das mortes em nossas lagoas”, ressalta a presidenta da União dos Pescadores da Cidade Juliana, Maria Aparecida Ramos.

Conforme o policial ambiental, sargento Jorge Euclides, o ato foi pacífico e foi comunicado aos pescadores que são realizado patrulhamentos e coletas constantes para análises. Foram observadas algumas savelhas agonizando na busca de oxigênio. Informações que devem ser concluídas com a finalização dos laudos técnicos.

“Não há nenhuma relação entre a morte dos peixes e o golfinho”, declara o professor da Universidade Estadual de Santa Catarina (Udesc), Pedro Castilho. “Tecidos contaminados e o ácido desoxirribonucleico (DNA) das toninhas e do boto foram encaminhados a um laboratório de São Paulo. O resultado sairá somente no próximo ano. Quanto à tartaruga, a Polícia Militar Ambiental já encontrou o animal em estado avançado de degradação, o que dificulta identificar a causa”, conta Pedro.

Hipóteses

O doutor em oceanografia e professor da Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), Sérgio Netto, de Tubarão, analisa o assunto e acredita que estas mortes fazem parte de um conjunto de fatores. “Analisei peixes mortos e não encontrei nada de digestivo nos exames. Isto prova que não há uma contaminação específica, se fosse esta a causa, outros animais também estariam mortos, como camarões, caranguejos e até outros organismos marinhos que vivem nas lagoas”, explica Sérgio. Para ele, há três hipóteses, a primeira é a falta de oxigênio nas lagoas, com o aquecimento da água e ausência de vento. “Outro fator é o descarte de barcos pesqueiros e as obras de dragagem da lagoa, no terreno onde é localizado o bota-fora da construção da Ponte Anita Garibaldi. Tudo isto somado aos esgotos e a poluição”, finaliza Sérgio.

Nova ação

Outro movimento deverá ocorrer amanhã, às 15 horas, na avenida Colombo Machado Sales, ao lado do Supermercado Angeloni, no centro de Laguna. Um grupo do Instituto Sea Shepherd Brasil, do município, convida a população  para a preservação dos botos. “Neste momento, nossa mobilização é para a conservação da vida marinha do nosso litoral e para lançarmos nossa campanha ‘Cetáceos para sempre’”, explica o integrante do movimento, Alexandre Pessoa.