Educação

Planta piloto da Unesc transforma subproduto do carvão em material para fabricação de cimento

Garantir o uso de menos energia na fabricação de cimento e trazer mais durabilidade às construções, utilizando um dos subprodutos do carvão. Esse é o Projeto Pozolana, desenvolvido pelo LabValora (Laboratório de Valoração de Resíduos) do IDT (Instituto de Engenharia e Tecnologia), do Iparque (Parque Científico e Tecnológico da Unesc). O projeto é inédito no Brasil e a inauguração da planta piloto ocorreu nessa quinta-feira (30).

Pozolana é o nome dado a todo tipo de material que desenvolve características de cimento na presença de cal. A pozolana estudada no laboratório do Iparque é derivada de um subproduto do carvão, os argilominerais, que são separados do carvão, no processo de “lavagem” após a retirada da mina.

Para a pró-reitora de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão da Unesc, Luciane Ceretta, o projeto irá trazer grandes benefícios. “É um produto forte, com potencial inovador e que traz diferentes significados dentro do âmbito da pesquisa do ensino e da extensão. Envolve o conhecimento, os valores ambientais e potencializa a economia”, ressaltou.

A pesquisa é coordenada pelos professores doutores Agenor De Noni Junior, Michael Peterson e Adilson Oliveira e tem a participação de alunos e egressos do curso de Engenharia Química e do Mestrado em Engenharia e Ciência de Materiais, ambos da Unesc, e de engenheiros e técnicos de mineradoras.

“A finalização dessa primeira etapa me deixou muito entusiasmado para o desenvolvimento da próxima. É uma enorme satisfação poder oferecer esse produto que contribui de forma significativa para a sociedade em termos ambientais. Agora temos novos desafios”, contou o pesquisador Agenor. 

Ao término das atividades do projeto, a planta piloto permanecerá no Iparque e servirá para o desenvolvimento de pesquisas nas áreas de resíduos do setor mineral e industrial.

Segundo o diretor do Iparque (Parque Científico e Tecnológico), Marcos Back, o projeto só pode ser desenvolvido por conta das parcerias. “Esse é mais um projeto construído em conjunto com a Universidade e as empresas e entidades parceiras. Por isso, nós queremos agradecer e frisar que o Iparque está aberto para desenvolver novos projetos, que possam beneficiar a população cada vez mais”, afirmou. 

Montagem de usina 

O próximo passo é o estudo de viabilidade econômica para a montagem de uma usina para produção em grande escala de pozolana. O Projeto Pozolana  tem um investimento de R$ 4,6 milhões, com aporte de recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e de uma empresa do setor carbonífero da região.

A intenção da mineradora é montar uma usina com capacidade para a transformação de 600 toneladas/dia de minerais – que seriam descartados como resíduos do processo de extração do carvão – em pozolanas para a indústria cimenteira.

Colaboração: Assessoria de Imprensa da Unesc

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