Trânsito

Pneus abandonados em pistas da BR-101 geram riscos aos usuários

Foto: Muriel Ricardo Albonico

Foto: Muriel Ricardo Albonico

Os pneus abandonados nos bordos e canteiro central da BR-101 Sul, além de descaracterizar a estética da rodovia, são potenciais causadores de acidentes e criadores de insetos. Pelo processo de recapagem, pneus são recondicionados e postos para rodar, porém, muitos deles não suportam a fadiga sofrida e acabam sendo deixados sobre a rodovia federal.

Com a chegada da temporada de Verão em Santa Catarina, o tempo quente e úmido apresenta condições propícias para a procriação do mosquito Aedes aegypti, difusor do vírus da dengue. Um dos problemas gerados pelo abandono de pneus refere-se a proliferação de mosquitos da dengue na água depositada pela chuva. Com a facilidade de procriação do mosquito em ambiente oferecido pelos pneus descartados, a questão torna-se um problema de saúde pública.

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) realiza periodicamente a coleta e reciclagem do lixo recolhido em taludes e no canteiro central da BR-101 Sul. A coleta vai evitar que materiais descartados por motoristas que trafegam pela rodovia acabem nos sistemas de drenagem, causando assoreamento das galerias ou se tornem criatórios de insetos, principalmente o mosquito da dengue. A autarquia mantem equipe para recolhimento de unidades danificadas de pneus deixados pela rodovia federal, evitando que acidentes possam ocorrer.

O resto de pneus recolhidos é depositado em local definido e, mensalmente, transportado para o Ecoponto, no município de Criciúma. Plásticos, garrafas PET, vidro, papel e papelão também são recolhidos e enviados à reciclagem. A destinação e a seleção do material coletado serão feitos pelos municípios lindeiros a rodovia.

Segurança na pista – Os pneus deixados em bordos e canteiro central da BR-101 Sul oferecem riscos de acidentes aos usuários. Restos desse material são barreiras perigosas para os motociclistas. Ao obstruir bueiros e valetas, a água que transborda para a pista forma uma película sobre a rodovia. Os veículos estão sujeitos a deslizar e perder a aderência (aquaplanagem) com a pista e causando um sério acidente.

Os pneus abandonados nos acostamentos da BR-101 Sul vão se tornando passivos ambientais na medida em que cresce o número de unidades abandonadas. Na natureza, um pneu leva até 600 anos para se decompor. De acordo com o biólogo Ivo Lessa Filho, autor do livro “Educação Ambiental e Reciclagem”, anualmente são produzidos mais de 730 milhões de pneus em todo o mundo e são descartados em torno de 800 milhões de unidades por ano, isto é, o descarte supera a produção em 8%.

Uma das alternativas mais usadas para o reaproveitamento dos pneus descartados é a recauchutagem. Neste processo, os pneus gastos recebem uma nova camada de borracha, tendo uma vida útil igual ao novo. O Brasil é o segundo maior produtor mundial de recauchutagens. Recauchutar não é reciclar. A reciclagem dos pneus é muito complicada, já que grande parte deles são modelos radiais, que possuem no interior uma estrutura metálica, feita de aço, que dificulta a separação da borracha e demanda um custo maior na trituração. Depois de triturada, a borracha recebe um banho químico, depois é moído e, por fim, é usado para diversos fins.

Educação Ambiental – Nas obras de duplicação da BR-101 Sul, entre os 22 programas socioambientais e um estudo desenvolvidos, há um específico para a educação ambiental. A Empresa de Supervisão e Gerenciamento Ambiental (ESGA), através de palestras, visita a escolas e comunidades lindeiras a rodovia, a equipe de educadores procura conscientizar alunos, professores, trabalhadores e motoristas sobre os aspectos da obra e projetos ambientais paralelos às obras de duplicação.

Colaboração: Muriel Ricardo Albonico/Núcleo de Comunicação DNIT/SC