Segurança

Polícia Militar inicia série de operações no Renascer, em Criciúma

Foto: Lucas Colombo/Clicatribuna

Foto: Lucas Colombo/Clicatribuna

Quem circulou ontem pelas principais vias do Bairro Renascer, em Criciúma, pode perceber uma presença expressiva de policiamento. Barreiras foram montadas no trânsito e a circulação de viaturas foi intensificada nas áreas mais críticas.

Conforme o Portal Clicatribuna, o subcomandante do 9º Batalhão da PM, major Evandro de Andrade Fraga, informou que um mapeamento, produzido em conjunto com a Polícia Civil, foi feito para poder atuar com mais eficácia nos pontos mais suscetíveis à criminalidade. O oficial adianta que a série de operações da PM não se limitará ao Renascer, que é a maior preocupação da polícia, segundo ele. “A estratégia também será colocada em prática em outras localidades que necessitam de uma saturação policial”, diz. As operações ocorrem diariamente e não terão prazo para encerrar. Fraga garante que o policiamento em outras áreas de Criciúma não será comprometido.  

O subcomandante conta que o objetivo do trabalho – que envolve o policiamento com viaturas, Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicletas (Rocam), Pelotão de Patrulhamento Tático (PPT) e o Canil da PM -, é recapturar adultos e adolescentes foragidos, e localizar pontos que não são somente usados para o tráfico de drogas, mas também para outros crimes.

Ontem, nas primeiras horas de operação, um jovem de 18 anos, que tem várias passagens policiais, foi preso com um carro furtado. Na terça-feira, drogas, dinheiro e munições foram encontrados com um adolescente.

Carteiros não entram mais no bairro

De acordo com o major, o bairro não é somente cenário de homicídios, tentativas de assassinatos e tráfico de drogas, como também serve de esconderijo de criminosos após assaltos, e de pontos para outros crimes, como desmanches de veículos. “Alguns órgãos estão tendo o acesso restrito ao bairro. Os carteiros dos Correios, por exemplo, não entram mais, assim como alguns serviços da Prefeitura. Lâmpadas foram colocadas em alguns postes, nos pontos onde o fluxo de tráfico de drogas são mais intensos, mas foram destruídas dias depois. Além disso, há funcionários com receio de trabalhar. Sem contar na lei do silêncio que lá persiste”, elenca o subcomandante.

Fraga observa que a maioria dos autores de crimes no bairro é adolescentes. “A polícia está fazendo a sua parte, mas não irá resolver sozinha o problema. Outros serviços em outras esferas têm que ser postos em prática. É difícil construir cidadania num ambiente do jeito como está”, afirma.

Policiais são acusados de abuso

Ontem, algumas pessoas procuraram a Central de Plantão Policial (CPP) de Criciúma para registrar boletim de ocorrência alegando abuso de poder por parte de policiais no bairro. O subcomandante informou que relatos também já chegaram diretamente no batalhão. “Tudo será apurado na corregedoria, mas a ordem é atuar sem excessos, até para não atingirem as pessoas de bem, e fazer tudo conforme a lei, entregando o acusado ao Poder Judiciário, para que ele cumpre sua pena no sistema prisional ou no sistema socioeducativo”, declara.

Estratégias começam a surtir efeito 

Iniciada na metade de junho, com a chegada de 31 soldados recém-formados, a Operação Grande Presença vem apresentando resultados. Conforme o comandante da companhia de policiamento, capitão Eduardo Moreno Persson, a estratégia foi incrementar o número de policiais em locais com maior incidência de furtos e roubos. “Com esse acréscimo, conseguimos colocar em prática o projeto de setorização da PM, e alocar policiamento em locais que até então não tinham. Todos os dez setores contam com um sargento que é o comandante, com a viatura do setor e mais um policial comunitário, no mínimo”, explica o capitão.

Com a presença de um sargento, os serviços são descentralizados e facilitam o acesso da comunidade à corporação. Segundo o capitão Moreno, o resultado já é visível, e a presença intensa da PM, diminuiu desde então, o número de crimes na cidade. No setor da Santa Luzia, por exemplo, foram dez assaltos registrados em junho, diminuindo para somente um em julho e quatro em agosto. No setor do São Luiz, foram cinco roubos ocorridos em junho, três em junho e nenhum em agosto. O ponto-base da PM em cada setor fica em sua maioria, em escolar e centro comunitários.