Segurança

População vai às ruas pedir por segurança em Maracajá e assalto é registrado logo após manifesto

Cansados com a criminalidade, que vem assolando o município, moradores protestam por mais segurança.

Moradores de Maracajá, preocupados com a vulnerabilidade da segurança no município, que tem cerca de 7 mil habitantes, organizaram através das redes sociais, uma passeata pedindo por mais segurança. A manifestação iniciou na praça da Vila Beatriz, entrada da cidade e encerrou na sede da Câmara de Vereadores, onde aconteceu uma sessão extraordinária, com a presença da população, de todos os legisladores da casa, do prefeito Wagner da Rosa, do delegado Jorge Giraldi, do capitão Alberto Cichella e demais policiais civis e militares.

Contudo, quando estavam indo embora do manifesto, populares avistaram viaturas da Polícia Militar dirigindo em alta velocidade na avenida principal de Maracajá. Segundo informações de populares, uma mulher estava indo para o trabalho a pé, na Rua José Jovelino Costa, na Vila Beatriz, quando foi abordada por marginais em um Gol vermelho, que fugiram em direção a Criciúma após roubarem a bolsa da vítima, contendo aparelho celular, cartão de crédito e documentos pessoais.

Sobre o protesto

A intenção dos organizadores foi mobilizar todos os segmentos da sociedade maracajaense e, com isso, somar forças para lutar por recursos, a fim de garantir melhor segurança para todos. A ideia da manifestação surgiu da técnica pedagógica Juliana Dassoler, que, cansada de assistir passivamente a criminalidade aumentando no município, resolveu se unir com amigos e organizar o protesto.

“Tudo começou em um grupo de amigos no WhatsApp, com a gente comentando sobre o medo de todos, sobre a gente ter que ficar trancados dentro de casa, acabamos comentando sobre não adiantar muita coisa irmos para a rede social reclamar, pois isso não resolve muito. Nos mobilizamos e conseguimos atingir um bom número de pessoas, tenho certeza que todos que estão aqui estão preocupados com a segurança de nosso município”, falou Juliana.

Leandro Garcia, representando a população, falou na sessão do Legislativo sobre algumas ideias que os organizadores do protesto têm para ajudar na segurança pública do município, entre elas a adesão ao programa da Polícia Militar, Vizinho Solidário.

O prefeito Wagner da Rosa participou de todo o trajeto da passeata, apoiando a reivindicação popular. “Estamos enfrentando um problema muito sério, o município está dando todo apoio à Polícia Militar e à Polícia Civil, percebemos que o efetivo está melhorando, porém as ocorrências continuam acontecendo. Queremos uma solução, a situação está ficando incontrolável, as pessoas que moram aqui estão ficando assustadas, Maracajá precisa voltar a ser uma cidade tranquila como anteriormente era”, asseverou Wagner.

O delegado Jorge Giraldi falou da falta de investimento em segurança pública. “Posso dizer à população que é uma reivindicação justa, concordo que a população tem que se manifestar, porém acredito que estão se manifestando tarde, há mais de uma década eu já sabia que a situação ia chegar neste caos que chegou. Faltou investimento em segurança pública, enquanto a criminalidade aumenta, o contingente policial diminui, estamos trabalhando na contramão, em um esforço sobre-humano para solucionar todos estes casos que estão surgindo”, ponderou o delegado.

De acordo com o capitão Alberto Cichella, a manifestação é importante para gerar na população um sentimento de agir em prol da segurança pública. “Realmente o número de ocorrências graves em Maracajá aumentou, a Polícia Militar vem tomando as providências e alguns autores já foram presos. A manifestação é importante para que dela surja um sentimento de união da população em prol da segurança, a Polícia Militar estará sempre junto com a comunidade para buscar acabar com a criminalidade no município”, declarou Cichella.

No fim da sessão, uma vítima de um assalto, que ocorreu há nove dias no município, emocionou a todos quando falou do medo que teve ao ficar com suas filhas e sobrinha na mira de bandidos armados. A mulher falou que naquele momento ela só rezava e pedia a Deus para que eles não matassem nem ela, nem as filhas e sobrinha dela. A vítima do roubo contou que depois que os criminosos saíram, mesmo com tudo que foi levado – carro, computador, televisão, moto – ela só agradecia a Deus, por ela e as filhas estarem vivas. Outro momento que emocionou os presentes foi quando a mulher falou da tortura psicológica que todas sofreram e que foi muito grande, segundo a vítima, a filha mais nova ainda não dorme no quarto sozinha, depois do crime.

Com informações da Grupo Correio do Sul 

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