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Portadores de Down são inseridos no mercado de trabalho

Larissa e Maxwel trabalham quatro horas por dia no supermercado (Foto: Samira Pereira)

Larissa e Maxwel trabalham quatro horas por dia no supermercado (Foto: Samira Pereira)

Com as mãos ágeis, Larissa Zanoni Fontana, de 18 anos, empacota as compras no supermercado Manentti da Mina União. O primeiro emprego da jovem garante benefícios no início do mês. “Eu compro coisas pra mim, roupas e bolsas. Ah, e adoro sapatos”, pontua Larissa, que é portadora de Síndrome de Down. Assim como ela, Maxwel Silva Roldão, de 22 anos, também conquistou o primeiro emprego na rede de supermercados, mas na loja da Próspera. Portador de Down, trabalha pela manhã e estuda no instituto Diomício Freitas na parte da tarde. “É muito legal, assim tenho coisas pra fazer o dia todo”, conta, orgulhoso.

Os dois comemoram, neste mês, o Dia Internacional do Portador de Síndrome de Down, em 21 de março. Para eles, é motivo de alegria poder fazer parte da equipe. “Eu moro no São Francisco, mas minha irmã me leva todos os dias para o trabalho. Gosto muito daqui, faço novas amizades e os clientes me tratam bem”, retrata Larissa. Ela estudou até a oitava série do ensino fundamental na escola Osvaldo Hulse e, com orgulho, conta sobre o desempenho na instituição. “Eu passei direto!”, pontua.

Para o pai da jovem, Alcides Fontana, ver a filha trabalhar é motivo de muita felicidade. “É um incentivo para eles. A Larissa percebeu, depois de começar no Manentti, que é capaz de fazer coisas que antes pareciam impossíveis”, relata. “Minha filha é muito esperta, sempre a incentivamos e continuamos incitando para que ela cresça cada vez mais”, relata.

A mãe de Maxuwel, Maria Marlene Silva Roldão, concorda com Alcides. Oferecer oportunidade de trabalho para os portadores de Down é muito importante. “O Max se sentiu muito mais valorizado. Percebeu que as suas habilidades são necessárias, saiu do estado de rejeição para uma interação em grupo”, salienta Maria Marlene. O jovem concorda. “Aqui é muito legal, os clientes são meus amigos e me tratam bem. Adoro trabalhar fora”, enaltece Maxwel.

Fortalecendo a inclusão social

O começo no novo emprego é sempre muito parecido. Eles chegam tímidos, fazendo o trabalho na quietude, mas com o tempo adquirem confiança, sentem-se em casa. É isso o que conta a gerente de Recursos Humanos (RH) da rede Manentti, Débora Eufrásio.  De acordo com ela, Larissa e Max são os primeiros portadores de Down a trabalharem na rede. A receptividade por parte dos clientes, no entanto, surpreendeu. “Todos gostam e os tratam muito bem. Eles são esforçados, gostam de agradar, são responsáveis e pontuais. Além dos consumidores, os colaboradores da rede também os acolheram de forma calorosa, se preocupam, cuidam dos dois”, enfatiza Débora.

Conforme ela, por ser uma rede de vizinhança que tende a fortalecer a economia dos bairros onde estão inseridos, os supermercados Manentti focam em três áreas principais: gestão administrativa, gestão de pessoas e o lado social. “Temos a certeza de que conseguimos o nosso maior objetivo, não somente de inserir estas pessoas no mercado de trabalho, mas também de realizar a inclusão social dentro da própria empresa. Todo o grupo abraçou a causa e, juntos, oferecem um ótimo local de trabalho para eles”, aponta.

Colaboração: Samira Pereira/Ápice Comunicação