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Prédio onde funciona a Casa da Cultura Pe. Bernardo Junkes volta à igreja

Com o plenário da Câmara de Vereadores de Içara lotado foi definido na noite de ontem, em Audiência Pública, o destino do prédio onde atualmente funciona a Casa da Cultura Padre Bernardo Junkes. Com a aprovação da grande maioria dos participantes o poder público fica autorizado a encaminhar ao Legislativo um Projeto de Lei para que a estrutura localizada no ‘coração’ da cidade volte à igreja católica.

A discussão contou com o pronunciamento de inúmeras pessoas representantes da igreja e de órgãos ligados à cultura. Opiniões diferentes, mas todas com o mesmo interesse: a restauração e a manutenção do prédio que faz parte do patrimônio histórico de Içara.

Em defesa de a estrutura continuar como Casa da Cultura a ex-presidente do conselho municipal de cultura, Tereza Feltrin Borges, assinalou que o espaço é um bem de todos os içarenses independente de credo ou raça. “E cuidar dele é uma obrigação de todos”. Já a jovem estudante Julia Coelho ressaltou que a manutenção do prédio não ocorre como deveria ser e a necessidade disso é urgente. “Então, se paróquia São Donato e o povo de Içara querem abraçar esta causa nós precisamos dar o devido apoio, pois a antiga igreja, hoje Casa da Cultura, tem uma história linda e isso tem que ser respeitado e ser cuidado com muito amor e carinho. Vamos dar as mãos, nos unir e transformar o espaço em discussão em um grande memorial em homenagem ao Padre Bernardo Junkes”.

Já o prefeito de Içara, Murialdo Canto Gastaldon, ressaltou que a cidade precisa de um espaço adequado e moderno para comportar as atividades voltadas à cultura e o esforço do poder público deve ser canalizado neste sentido. “Devemos canalizar nossos esforços na busca de um espaço que comporte o momento que Içara vive e para os anos que virão. Pois à medida que igreja manifesta o desejo de ter de volta a antiga igreja e a vontade da população também é esta, os encaminhamentos devidamente regulamentados devem ser feitos”, explica o chefe do Executivo acrescentando que a minuta do Projeto de Lei, que deve ser enviado à Câmara, será encaminhada ainda nesta semana ao CAEP, Ministério Público e Conselho Municipal de Cultura para que façam, se necessário, alguma observação.

“Içara passa por um momento de amadurecimento e prova isso quando coloca em discussão um tema tão importante como este patrimônio. Precisamos pensar a cidade para o próximo 10, 20 anos”, disse o vice-prefeito, Sandro Giassi Serafin.

“Este patrimônio é uma riqueza por expressão sentimental de um povo. Quanto mais for reformado, mais se tornará igreja. Voltando para os cuidados da igreja católica a cidade não perderá, pois em todo o mundo as suas obras estão sempre abertas à população. Pretendemos ainda edificar o memorial padre Bernardo Junkes com o acompanhamento de um museólogo. E, se nos for autorizado, fazer o translado dos restos mortais do padre Bernardo para perpetuar na entrada da igreja”, disse o pároco Antônio Vander destacando a presença de Padre Silvestre Junkes, irmão de Pe. Bernardo.

A promotora Maria Claudia Tremel de Faria, que acompanhou a AP ressaltou que o Ministério Público tem, neste caso, participação limitada, “mas age como fiscalizador independente da decisão tomada, para que o patrimônio público seja restaurado e preservado”.

A presidente da Fundação Cultural, Eliana Jucoski Monteiro, anunciou na ocasião que as oficinas culturais realizadas em prédio próximo à Casa da Cultura serão transferidas para um novo endereço. “Agradeço a primeira dama e presidente da FAI, Ceneli Gstaldon, que com muita visão e desprendimento nos propôs trocar o espaço da Fundação com o da FAI para que as oficinas, eventos, apresentações e todas as atividades culturais sejam realizadas. Teremos, assim, um lugar mais amplo que comportará todas as nossas atividades e os nossos 360 alunos das oficinas”.

O evento contou ainda com a presença do Pe. Eloir Borges, lideranças religiosas e comunitárias, o presidente do Legislativo, Laudelino Calegari, vereadores e empresários a exemplo de Zefiro Giassi.

Colaboração: Alexandra Cavaler/Assessoria de Comunicação PMI

 

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