Foto: Lucas Comlombo/Clicatribuna
O presidente da Cooperativa de Extração de Carvão Mineral dos Trabalhadores de Criciúma (Cooperminas), Juliano Militão Medeiros, foi alvo de uma emboscada no início da noite dessa sexta-feira. O crime ocorreu em uma estrada de chão, em um local retirado, no Bairro Santa Líbera, em Forquilhinha. Segundo o delegado da Polícia Civil, Márcio Campos Neves, o presidente da Cooperminas saiu da academia, em um Golf, placas MKB-4455, e momentos depois foi surpreendido por dois homens em uma moto, que efetuaram diversos disparos, que não o atingiram.
Dois tiros eram visíveis na lataria do veículo da vítima de tentativa de homicídio. Por conta dos disparos, Medeiros foi parar com o carro em um córrego, e ficou escondido em um matagal até se sentir seguro, conforme o advogado Chalton Shneider, sendo acolhido por agricultores. O veículo foi guinchado com a ajuda de um trator e passará por perícia, onde será constatado o número exato de tiros que alvejaram o Golf. Conforme o delegado, a vítima teria escutado pelo menos quatro disparos.
“Estamos tomando todas as providências iniciais para juntar detalhes que leve à autoria. Ele já vinha sofrendo ameaças. Dois telefones públicos de onde vieram as chamadas ameaçadoras estão localizados nos bairros Mina União e São Sebastião, de Criciúma, que são localidades vizinhas. O caso foi repassado à Polícia Federal, já que está relacionado com uma investigação feita na Cooperminas após uma denúncia de irregularidades na gestão anterior”, conta Neves, delegado plantonista dessa sexta.
Medeiros foi encaminhado ao hospital
Segundo o site Clicatribna, Medeiros registrou boletim de ocorrência e depois foi encaminhado ao hospital, já que sofreu alguns ferimentos leves por conta do tombamento do carro. O delegado Márcio Campos Neves recebeu informações que o diretor da Cooperminas foi cercado por motociclistas, também à noite, em Criciúma. A informação ainda não havia sido confirmada. Até o momento (22h37min) nenhum boletim de ocorrência foi registrado na Central de Plantão Policial (CPP) da cidade.
PF cumpre mandados de busca e apreensão
Em 28 de março desse ano, agentes da Polícia Federal estiveram na Cooperminas cumprindo mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal e recolheram documentos para averiguar possíveis irregularidades na documentação enviada ao INSS para concessão de aposentadoria especial nos últimos oito anos.
A investigação teve início a partir de denúncias sobre ex-funcionários que a antiga diretoria mantinha em situação irregular. Em especial, o caso de um atual sindicalista que está lotado no Sindicato dos Mineiros de Criciúma e que, no entanto, sua ficha constava como trabalhador do subsolo, na frente de serviço. Assim, ele recebeu aposentadoria especial, antecipando seu benefício previdenciário em 20 anos. Na época, o presidente da Cooperminas, alvo da tentativa de homicídio na noite dessa sexta, declarou que as portas da cooperativa estão abertas para a continuidade das investigações. “Ele estaria auxiliando a polícia, o que não foi bem aceito pelos envolvidos na fraude”, conclui Neves.
