Economia

Produtos da cesta encarecem conta no supermercado

Alta se deve a fatores climáticos, econômicos e logísticos.

Foto: Samira Pereira

Foto: Samira Pereira

O custo da alimentação catarinense aumentou. E aumentou significativamente. É isso o que apontam os últimos dados sobre o valor da cesta básica – que inclui os produtos alimentícios de maior consumo no Estado. Na região de Criciúma, o cenário não é diferente. Dos produtos da cesta, apenas um teve uma baixa considerável. O óleo reduziu cerca de 12% comparado ao ano anterior. Em contraponto, outros itens tiveram alta de quase 70%, o que assustou os consumidores.

A dona de casa Maria Inês Dalmolin Trevisol diz que foi pega de surpresa ao ver o valor de determinados alimentos. “O feijão vermelho, por exemplo, custa em média R$ 8 o quilo. Está muito caro, temos que racionar como dá para economizar na conta do mercado”, enfatiza ela. De acordo com o diretor Comercial dos supermercados Manentti, Nazareno Dorneles, isso acontece porque todos os produtos da cesta a sofrem algum tipo de influência, especialmente climática e econômica, dependendo do local onde são fabricados. “A alta no preço do feijão, por exemplo, é reflexo do clima. Santa Catarina e Paraná são grandes produtores, mas como o Nordeste sofreu com as cheias, impossibilitando a produção, a demanda cresceu. Para suprir a necessidade lá de cima, o nosso produto vai pra lá, fazendo o preço subir em consequência”, explica Nazareno.

O feijão, comenta ele, está sofrendo elevações desde o mês de agosto. A expectativa é de que comece a abaixar a partir de março. O quilo do grão vermelho gira na casa dos R$ 7 a R$ 8. Já o preto custa entre R$ 4 e R$ 5. “Mesmo com a desoneração da cesta básica, realizada pela presidente Dilma no ano passado, quando ela retirou todos os impostos federais dos itens, os produtos continuam em alta. Em 2013, por exemplo, a inflação foi de 5,91%. Já o aumento da cesta ficou na faixa dos 10%. Um acréscimo significativo nas contas da família brasileira”, pontua Nazareno.

Além da influência climática e econômica, a questão logística também incide no valor repassado ao consumidor final. Em Santa Catarina, outros itens também foram considerados vilões da alimentação. Em um ano, a carne bovina aumentou 15%, o tomate, 27%, a farinha de trigo subiu 65%, a batata 30% e o leite 15%. “O jeito é pesquisar bastante. Só assim a conta no mercado vai continuar dentro do orçamento e a família ficará bem alimentada”, enaltece Maria Inês.

Saiba mais:

A cesta básica brasileira é composta por 13 produtos: carne, leite, feijão, arroz, farinha, batata, tomate, pão, café, banana, açúcar, óleo e manteiga. No Brasil, a quantidade de cada ingrediente varia de acordo com a tradição alimentar de três grandes áreas do país: a região Sudeste, as regiões Sul e Centro-Oeste, e as regiões Norte e Nordeste.

A cesta básica foi baseada na quantia de alimentos suficiente para o sustento e bem estar de um trabalhador em idade adulta, contendo quantidades balanceadas de proteínas, calorias, ferro, cálcio e fósforo. Conheça a média nacional de produtos da cesta básica nacional:

Produtos de origem animal (6 kg de carne, 7 litros de leite)

Carne e leite são os grandes provedores de proteínas. Esse nutriente ajuda a formar e a manter os músculos, os ossos, o sangue, os órgãos internos, a pele e o cérebro. Tudo porque as proteínas são essenciais para construir novas células, promovendo o crescimento e aumentando a resistência do organismo às doenças.

Grãos (3 kg de arroz, 4,5 kg de feijão e 1,5 kg de farinha de trigo)

Na cesta básica, a mistura mais popular da alimentação brasileira tem como função primordial fornecer carboidratos, os "combustíveis" que mandam energia para o organismo.

Produtos industrializados (600 g de café, 750 g de óleo, 750 g de manteiga, 3 kg de açúcar, 6 kg de pão)

O óleo e a manteiga, principais produtos industrializados da cesta, não são só fontes de gordura. A função nutricional deles é nobre: eles transportam as vitaminas A, D, E e K por todo o corpo, protegendo os órgãos vitais e o organismo contra a perda excessiva de calor.

Legumes e frutas (6 kg de batata, 9 kg de tomate, 90 unidades de banana)

Essa classe de alimentos ajuda a suprir a necessidade que o organismo tem de fibras. O sistema digestivo agradece: as fibras, apesar de não possuírem valor nutritivo ou energético, tornam a absorção da comida mais fácil e completa.

Colaboração: Samira Pereira/Ápice Comunicação