Educação

Professores fazem paralisação em Tubarão

Os educadores querem uma ação da prefeitura. Caso contrário, começam 2015 em greve

Foto: Letícia Matos/Notisul

Foto: Letícia Matos/Notisul

Os 28 Centros de Educação Infantil (CEIs) e 20 Escolas Municipais de Educação Básica (EMEBs) de Tubarão estão sem professores hoje. “Paramos em repúdio ao governo municipal”, explica a presidenta do Sindicato dos Trabalhadores na Área da Educação da Rede Municipal de Tubarão (Sintermut), Laura Oppa. 

Ontem, na câmara, ela solicitou apoio dos vereadores no intermédio das negociações com a prefeitura. A pauta de reivindicações é a mesma há dois anos. 

“Eles fazem o acordo, mas não cumprem. Se não chegarmos a um consenso com a prefeitura amanhã (hoje), vamos começar o próximo ano letivo em greve”, avisou Laura em entrevista ao site Notisul. O Sintermut organiza uma passeata pela manhã e mobilização na sede da prefeitura à tarde.

Os docentes reivindicam 40% de regência de classe e progressão salarial, de 3% a cada três anos de trabalho. A presidenta afirma que o acordo com a administração anterior, em 2011, não foi cumprido. “A atual gestão reajustou o piso, que é uma obrigação. O acerto que fizemos na última greve não foi acatado. Entre 2013 e 2014, a prefeitura não reajustou a progressão salarial, nem na regência de classe”, informou. 

Por meio de uma ação judicial, alguns professores ganharam os 40% de regência de classe, enquanto a maioria ainda recebe 18%. Situação que deixa a categoria insatisfeita e aumenta a possibilidade de uma nova greve. 

Posicionamento da prefeitura

Gestores da prefeitura informaram em nota que têm atuado nos limites estabelecidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal, que impedem de promover incrementos e benefícios aos servidores municipais. Quanto à regência de classe, afirmam que o percentual foi alterado em anos anteriores, nos mesmos moldes do magistério estadual e precedido de negociação coletiva.
Já sobre a progressão salarial, a procuradoria do município identificou possíveis irregularidades no benefício, que serão analisadas.

Pais ficam no meio da ‘batalha’

No meio da ‘batalha’ entre professores e prefeitura, ficam os pais das crianças. A diarista Rosineide Ramos, 56 anos, tem uma neta de 2 anos que frequenta o Centro de Educação Infantil Borboleta Azul, no bairro São João MD. Ela contou que ontem recebeu um bilhete da escola para comunicar que hoje não haveria aula. “A escola já ficou fechada dois dias na semana passada para eles realizarem a pintura das salas. Agora amanhã (hoje) também não terá aula. Está bem complicado”, desabafou. 

Rosineide tem duas opções quando a neta fica sem aula: não vai trabalhar ou tem que pagar R$ 50,00 para uma pessoa cuidar. “Das duas maneiras eu saio perdendo e não aguento mais esta situação. Sei que os professores têm que procurar os direitos deles, mas eu também tenho os meus”, declarou.