Geral

Projeto em Doson di Casier proporciona independência a pessoas com deficiência mental

Presidente da Afasc e lideranças visitaram a Casa Primula para conhecer a estrutura e as atividades desenvolvidas

Foto: Jussi Moraes

Foto: Jussi Moraes

Durante a tarde dessa segunda-feira (5) a Associação Feminina de Assistência Social e lideranças que integram a comitiva em Missão Oficial na Itália, conheceram um programa que transforma a vida de pessoas com deficiências mentais. A Casa Primula, em Doson di Casier, fundada em 2003 acolhe 18 pessoas, acima de 16 anos, que possuem alguma deficiência e a família, na maioria das vezes pais idosos, não consegue oferecer a atenção necessária. A comitiva conheceu a estrutura do local e as atividades que são realizadas com os internos.

Conforme o presidente da casa, o qual realiza o trabalho voluntário, Pietro Paolo Monte, a associação já existe há vinte anos e foi criada por pais com filhos excepcionais. “Eles moram na casa, mas no período da manhã vão para o trabalho e passam os fins de semana na casa dos pais. Esse programa proporciona a independência dessas pessoas como preparação para a perda dos pais”, justificou Monte. Como consta na Lei italiana, cada casa que segue este modelo tem capacidade para atender 20 pessoas, sendo que duas vagas precisam estar liberadas para casos de emergência. “Nós também atendemos deficientes que perderam os pais e precisam passar alguns dias até a família encontrar uma solução”, explicou o presidente. Para atender todos os moradores a equipe conta com 25 profissionais, dentre eles psicólogos, educadores e dois médicos de plantão.

A presidente da Afasc, Izabel Cristina Grijó Búrigo, ficou encantada com o programa. “A Afasc não atende média e alta complexidade, mas é muito importante conhecer esses programas que trabalham para o bem estar da população, já que sempre conseguimos aproveitar algumas ideias”, avaliou. Ela considera o trabalho nobre e percebe a necessidade de aperfeiçoar atividades que já são realizadas no Brasil. “Sabemos que o investimento é alto, porém é importante saber e conhecer o que já é realizado na Europa”, salientou. A Casa Primula é mantida com 80% de recurso do governo municipal e estadual, 5% da contribuição dos moradores pensionistas e os 15% restantes são alcançados com ações chamadas na Itália de “Senso dos Anjos”. “Nós mantemos a casa com 120 mil euros por mês, por isso realizamos bingos, coletas de plástico, entre outros eventos para arrecadação de dinheiro”, revelou.

O ex-secretário do Sistema da Saúde do município e suplente de vereador Silvio Ávila Junior, considerou o programa uma ação preventiva. “É um modelo que funciona na Itália, mas que requer muito investimento. Os programas no Brasil também são bem planejados, porém encontramos dificuldades na viabilização de recursos”, considerou. Também participaram da visita a diretora da unidade acadêmica de Ciências da Saúde, Indianara Becker, o vice-presidente da Associação Empresarial de Criciúma (ACIC), Gelson Philippi, e o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Criciúma e região (Sindiloja), Renato Carvalho.

Por outro lado, o mesmo grupo também conheceu a empresa Tognana Porcellane, a qual produz 300 mil pratos e travessas por mês. O empreendimento exporta para o Japão, América do Norte, além de vender para a Europa.

Colaboração: Jussi Moraes