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Publicações em redes sociais influenciam o voto de 39% dos eleitores

Foto: Divulgação

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Quem nunca reproduziu uma ideia, se sentiu influenciado ou comentou uma informação vista nas mídias sociais? Como grande parte dos internautas tem esse tipo de comportamento, e com base no tempo em que os brasileiros gastam na rede, as campanhas eleitorais têm apostado nesses canais alternativos para investir e veicular informações políticas.

Em uma das últimas pesquisas do Instituto Datafolha constata-se que, dos eleitores conectados à internet, 39% se consideram influenciados por publicações nas redes sociais, sendo Facebook eWhatsapp as redes mais acessadas e que exercem maior domínio no papel de convencimento. Destes, 19% se sentem muito influenciados e 20% dizem que são um pouco induzidos.

Para o professor Alexandre Cândido Valvassori, que costuma compartilhar conteúdos sobre as eleições em seu perfil, é difícil calcular o grau de influência das mídias, uma vez que esta é a primeira eleição presidencial em que há, de fato, participação massiva. Ele acredita, no entanto, que elas ajudam os eleitores indecisos. “Claro que influência há, principalmente ao público que ainda não tomou a decisão. Certamente eles estão mensurando tudo o que aparece na timelinepara formar uma opinião e decidir o voto”, pontua.

Embora seja um recurso interessante e de grande alcance, já que 75% dos usuários afirmam ler e compartilhar assuntos a respeito das eleições, Alexandre considera o uso dos objetivos das campanhas um tanto distorcido. “Só penso que há muita paixão, pouco conteúdo rico em propostas e embasamentos distorcidos da realidade, de todas as partes”, destaca.

O gerente mídias sociais da Ápice Comunicação, Felipe Borges, explana que a partir de agora, as redes sociais ocuparão cada vez mais lugar de destaque nas campanhas políticas. Para ele, o maior benefício é a possibilidade de aproximação com o eleitor, conversando, tirando dúvidas e informando. Com esta ferramenta, avalia, também é possível dar munição à militância, alinhar o discurso e identificar tendências. “Com um monitoramento bem feito, pode-se entender se os temas estratégicos estão sendo bem assimilados pela rede, interferindo ou não para o melhor resultado. Além disso, tem-se a possibilidade de levar o programa eleitoral para onde a TV não chega”, comenta. “Acredito que o que faz esta ferramenta ser eficaz para influenciar a escolha por determinado candidato é a interação, buscar a conversa, adaptar a linguagem e saber para quem você está falando, trazendo o eleitor para um debate particular com o candidato”, completa Borges.

Na reta final da campanha, as informações na rede aumentaram significativamente. O acadêmico de Medicina, Marcelo Baggio, pontua que é preciso saber distinguir o que é verdadeiro entre tudo que é veiculado. “O benefício desse bombardeamento de informações deve ser filtrado pelo internauta, pois assim como nos debates, na rede também existem sites e blogs patrocinados pelos partidos, seja situação ou oposição, que difamam a imagem do candidato e espalham mentiras para o povo”, explica.

Colaboração: Samira Pereira/Ápice Comunicação