Educação

Qualidade do ensino pode ser prejudicada

Foto: Divulgação

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O Sindicato dos Trabalhadores em Educação na Rede Pública – Sinte/SC e professores que atuam na rede pública temem que a qualidade do ensino nas escolas tenha uma perda significativa no próximo ano.

Isso em função de o processo seletivo para a contratação de professores admitidos em caráter temporário – ACTs em Santa Catarina, que foi divulgado na segunda-feira, ter excluído a contratação de professores especializados para as salas de informática, o que pode, segundo a coordenadora do Sinte/Tubarão, Tânia Fogaça, significar que a Secretaria Estadual de Educação pretende colocar professores não qualificados para esta função.

“Isso vai contra tudo que o próprio governo pregou, falando tanto da questão da priorização da tecnologia na educação e da qualificação dos profissionais dessa área para as escolas. Muitos deles, inclusive, foram se qualificar em pedagogia, licenciatura, para poder pegar vagas e estarem mais preparados para a função”, aponta. 

É o caso de um professor que preferiu não se identificar. “Acabei de terminar minha complementação pedagógica em licenciatura em Informática, justamente para estar mais qualificado na minha função. Muitos colegas professores da minha área também estão fazendo licenciatura. Agora ficamos sabendo que pode não haver vagas”, lamenta. “Os alunos perdem, pois nos qualificamos justamente para oferecer um ensino com mais qualidade para o estudante”, aponta. 

Tânia afirma que hoje todas as escolas têm pelo menos um professor nas salas de informática. “Algumas têm mais de um. Então, além da queda da qualidade de ensino, isso também geraria desemprego, já que cerca de 50 vagas não seriam abertas”, preocupa-se. 

No Estado todo, mais de mil docentes ficariam sem vagas. “Não conseguimos entender para que lado o Estado quer levar a educação, pois ele vai contra o que o próprio governo criou e traçou como meta, como a questão do avanço da tecnologia no ensino”, diz. 

Tânia aponta que o sindicato vai reagir e que representantes do Sinte/SC já encaminharam um ofício para a Secretaria de Educação, solicitando reunião com o secretário Eduardo Deschamps. “Se for necessário, vamos contestar o edital. Existem outros pontos que estão sendo analisados também, que podem apresentar problemas”, afirma. 

Na área de Libras, além da formação, está sendo solicitado um certificado de proficiência em Libras, que é um curso novo e poucos professores já fizeram. “Não somos contra melhorar a exigência de qualificação, mas é preciso tempo para as pessoas se prepararem. Se não houver habilitados inscritos para as vagas, isso vai para chamada pública, retardando mais o processo de escolha de vagas”, sublinha.

Com informações do Jornal Diário do Sul