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A safra de fumo para este ano e 2016 será, em média, 20% menor que nos outros anos, garantem produtores e sindicatos. A decisão nasceu de reuniões da classe em abril passado, para forçar a indústria fumageira a compensar o preço na hora de vender a safra. Os produtores esperam forçar a procura pelo fumo, cortando a oferta.
De acordo com o presidente do Sindicato Rural de Lauro Müller, Valmor Maccari, a redução vem de acordo entre os agricultores, as federações e sindicatos rurais, que representam as áreas de produção no Sul do país. “Com a menor produção, os agricultores poderão barganhar os preços na hora de vender a safra”, garante Maccari.
A campanha de redução da área plantada também vai frear a alta produtividade registrada nos últimos anos, colocando mais produto para venda, fazendo os preços finais despencarem. A ação também contou com as empresas fumageiras. A meta é colher 607 mil toneladas de tabaco nos três estados do Sul na safra 2015/16. No atual ciclo a produção deverá ficar em 695,8 mil toneladas.
A produção de fumo em Lauro Müller vem caindo com os anos, mesmo sem intervenção. A cultura está sendo substituída por outras atividades mais rentáveis e que exigem menor trato com pesticidas. O plantio de tabaco está perdendo espaço para o gado leiteiro, a criação de aves ou suínos ou, em menor quantidade, a produção de gado para corte. De acordo com Maccari, nos últimos cinco anos, a cultura do fumo perdeu cerca de 50% da força de trabalho, produção e área plantada.
Na região Sul do Brasil, a produção de fumo é feita em 651 municípios do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, cultivado em 347 mil hectares, por 162 mil produtores integrados. Aproximadamente 650 mil pessoas participam desse ciclo produtivo no meio rural, somando uma receita anual bruta de R$ 5,3 bilhões.
Colaboração: Muriel Albonico/O Semanário