Economia

Safra terá qualidade e preços melhores este ano

Foto: Deize Felisberto/Clicatribuna

Foto: Deize Felisberto/Clicatribuna

A baixa produtividade da safra da uva neste ano na região será compensada pela qualidade e por melhores preços pagos ao produto. Por razões climáticas, a produção da fruta, típica do Sul do país, ficará abaixo da registrada no ano passado, quando também apresentou queda de até 25%.

Conforme reportagem do site Clicatribuna, de acordo com o enólogo da Estação Experimental da Epagri de Urussanga, Stevan Grützmann Arcari, a seca atrapalhou a produtividade. “Nós tivemos uma safra muito boa no ano retrasado, já no ano passado tivemos uma colheita de normal a baixa e este ano, ainda em decorrência da forte seca do último ano, teremos menos cachos da fruta por brota”, explica Arcari. 

Já a produção da variedade de Goethe terá uma produtividade normal porque manteve o rigor e não sofreu tanto com o tempo seco. Na propriedade dos irmãos Rosemar e Rosinei Sebastião, de 49 e 46 anos, respectivamente, em Urussanga, a produção ficará acima da média. Eles são os primeiros produtores a colher a fruta no município. A colheita que iniciou há 15 dias deve encerrar até 20 de janeiro. Serão colhidas 30 toneladas da variedade de Niágara rosada em aproximadamente 1,5 hectares.

“Na última safra colhemos 16 toneladas. A posição do nosso terreno é favorável e também conseguimos através da criação de aves nos parreirais melhorar a produtividade, qualidade e amadurecimento da fruta. A uva está muito doce”, explica Rosemar. 

De acordo com o engenheiro agrônomo e pesquisador de fruticultura da Epagri, Emílio Della Bruna, da Estação Experimental de Urussanga, a qualidade da fruta este ano se manterá. 

Na propriedade da produtora Vanice Dela Bruna, de 43 anos, as estimativas da Epagri devem se confirmar. “Minha produção será menor este ano com relação a safra do ano passado. Minha colheita deveria ter iniciado no final de dezembro, mas vai atrasar. Terei cachos menores”, diz Vanice. A produtora iniciará a colheita dos 6 mil pés da fruta na segunda quinzena de janeiro. 

Preço será melhor este ano

Na avaliação de Della Bruna, da Estação Experimental de Urussanga, a menor quantidade da fruta no mercado fará o preço subir. Os agricultores de Urussanga estão contentes com o preço. “Estamos vendendo o quilo da uva a R$ 3,5”, comemora Rosenei. “O preço também depende muito da safra do Rio Grande do Sul, maior produtor do Brasil. Somente no caso da Goethe que o mercado é local que o preço é baseado daqui”, completa Arcari. 

A colheita de Niágara in natura e das variedades para vitivinificação, que inclui a Goethe, tem o seu auge da colheita no final deste mês, quando também deve ocorrer a festa da safra em Urussanga. 

O município de Urussanga é um dos principais produtores da região, juntamente com a cidade de Pedras Grandes. No Sul catarinense são 300 hectares de cultivo de uva, sendo 100 deles em Urussanga e 120 hectares em Pedras Grandes. Ao todo são 100 produtores. Conforme Arcari, ainda é cedo para estimar a quantidade total da safra.