Trânsito

Semana Nacional do Trânsito: é tempo de colocar o pé no freio e refletir

Semana Nacional do Trânsito é tempo de colocar o pé no freio e refletir

Foto: Daniel Búrigo / Arquivo

Como forma de intensificar o debate em relação às atitudes que devem ser colocadas em prática para diminuir o número de acidentes e, consequentemente, preservar vidas pelas estradas do país, começa hoje e segue até o próximo dia 25 de setembro a Semana Nacional do Trânsito. Neste ano, a reflexão gira em torno do tema “Minha Escolha Faz a Diferença no Trânsito”.

Conforme dados do Instituto Médico Legal – IML de Criciúma, atualmente, em torno de 2 milhões de pessoas no planeta morrem por ano vítimas da violência no trânsito. E a quantidade de feridos se torna ainda mais alarmante, alcançando um número próximo a 50 milhões de pessoas. “Em relação ao país, o Brasil é o quarto do mundo, com aproximadamente 57 mil mortes por ano, o que corresponde a 156 mortes por dia, seis mortes por hora e uma morte a cada dez minutos. Já Santa Catarina tem um óbito a cada seis horas, e é o segundo estado brasileiro com maior número de mortes com motocicletas, cujos índices chegam a ser três vezes maiores do que os homicídios”, argumenta o agente do IML Criciúma, Almir Fernandes de Souza.

Para o profissional, a principal finalidade da Semana Nacional do Trânsito é conscientizar o cidadão de sua responsabilidade nas estradas, visando a participação de todos para o alcance da segurança viária. “E, para mudar esse quadro, dependemos da mudança de atitude de todos os atores no trânsito, e isso inclui pedestres, ciclistas, passageiros e condutores”, completa.

Número de lesões corporais é ainda mais alarmante

Tão preocupante quando os índices de mortes, chama atenção e se torna ainda mais alarmante os números de pessoas com lesões corporais em acidentes de trânsito. Segundo Fernandes, em 2016, 500 mil pessoas tiveram ferimentos graves ou gravíssimos no Brasil.

“Para cada morte no trânsito, a média é que existam pelo menos mais oito vítimas com lesões corporais. Por isso essa Semana Nacional do Trânsito é realizada, como forma de conscientização e educação das pessoas. Até porque os acidentes são ocasionados, em quase todos os casos, pelo condutor. O problema maior é, e sempre vai ser, o motorista que não pratica a direção defensiva e se torna imprudente ao volante”, ressalta.

Na região, vítimas são cada vez mais jovens

Na Região Carbonífera, principalmente em Criciúma, o número de mortes nas estradas também preocupa. Enquanto em todo o ano de 2016 foram registrados 92 óbitos, sendo 19 em Criciúma, até o dia 15 de setembro deste ano, já foram 52 óbitos, sendo 17 em Criciúma.

Conforme a Polícia Militar, de janeiro a julho de 2017, foram registrados 1.653 acidentes somente no município. “E um ponto que chama atenção é que temos percebido, nos últimos meses, a grande quantidade de jovens que se envolvem em acidentes e morrem no trânsito. Por isso, reforço que o condutor precisa ter cautela, diminuir a velocidade. O motorista tem que sempre considerar a possibilidade de erros dos outros motoristas, mesmo que esteja em condições favoráveis”, declara o agente do IML.

Além disso, um problema importante enfrentado pelo 9º Batalhão de Polícia Militar – BPM de Criciúma é o consumo de álcool e drogas aliado à condução dos veículos. “Somente nos sete primeiros meses deste ano foram flagrados 60 condutores embriagados e outros 37 sob suspeita de estarem dirigindo sob influência de álcool foram autuados por se recusarem a realizar o teste de alcoolemia. Dessa maneira, o trabalho de fiscalização tem sido cada vez mais necessário, em decorrência desse número de acidentes que, em muitas vezes, vem ceifando vidas humanas”, lamenta o comandante da 3ª Companhia do 9º BPM, capitão Rafael Mateus.

Educando para o trânsito

Como forma de tentar mudar essa realidade, existe na região o projeto “Educando para o Trânsito”, realizado pela Polícia Civil em parceria com a Circunscrição Regional de Trânsito – Ciretran, Instituto Geral de Perícias – IGP e IML de Criciúma. Até o momento, quase 15 mil estudantes já foram alcançados pela ação, que visa ensinar as crianças, desde pequenas, a respeito dos cuidados que as pessoas precisam ter nas estradas.

Neste âmbito, Fernandes afirma que a intenção seria ampliar a ideia e inserir a educação para o trânsito nas grades curriculares das escolas. “Dentro da sala de aula ou de forma extracurricular, esse tema deveria ser trabalhado de forma constante entre os alunos. Porque de nada serve ensinar as matérias tradicionais se o estudante não estiver preparado para enfrentar o trânsito com os devidos cuidados. Também não adianta esperar somente pelas autoescolas, porque a demanda é muito grande e, em muitos casos, já seria tarde demais. Tenho certeza que a saída para tentarmos diminuir esses índices preocupantes, de mortes e lesões nas estradas, seria justamente pela educação dentro das escolas”, finaliza.

Colaboração: Francine Ferreira / Clicatribuna

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