Saúde

Serviços poderão ser totalmente paralisados no Hospital Materno-Infantil na próxima semana, em Criciúma

Foto: Arquivo / Clicatribuna

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A situação dentro do Hospital Materno-Infantil Santa Catarina – Hmisc poderá se agravar ainda mais na próxima semana. Ontem, a greve do corpo clínico completou uma semana desde que foi deflagrada, mas ainda os casos de urgência e emergência estão sendo atendidos, como todo suporte aos pacientes internados tem sido prestado.

Mas, a partir do dia 1º de novembro, isso não será mais uma garantia. A data representa o vencimento de três meses dos salários dos médicos neurologistas, radiologistas e cirurgiões pediátricos, que também estão atrasados.  

Estes especialistas ainda não estão incluídos na paralisação, mas o cirurgião Christian Escobar garante que a greve será deflagrada logo na terça-feira, 1º, se o Instituto Saúde e Educação Vida – ISEV e a Prefeitura Municipal de Criciúma não pagarem os direitos. Os três meses equivalem a cerca de R$ 200 mil em atrasos.

“Já avisamos com um mês de antecedência e foi muito pensado, porque é algo que traz muitos riscos para as crianças. Mas, não temos alternativa. Os nossos trabalhos são todos de urgência e emergência e com isso as cirurgias infantis serão suspensas”, explica o médico.

Os pacientes que hoje estão internadas na instituição também deverão ficar desassistidos. “A nossa recomendação é que todas as crianças que estão na UTI sejam transferidas para outros hospitais até o dia 31", diz. Conforme o diretor clínico do hospital, Eduardo Ali Dominguez, se os especialistas também aderirem a greve, será inviável continuar os atendimentos que ainda estão sendo disponibilizados no Materno.

“Ficará mais difícil de prestar os serviços, porque não teremos mais tantos profissionais para revezar e atender”, explica o diretor. A imprensa e o Ministério Público já foram avisados antecipadamente sobre o risco de greve dos especialistas. No entanto, assim como os três meses integrais de pagamentos do corpo clínico, não existem previsões para a quitação desta dívida.

Negociações da greve continuam

Se o pagamento dos especialistas é incerto, que dirá o do corpo clínico. Recentemente, R$ 700 mil foi repassado pela Prefeitura aos médicos, mas ficaram pendentes ainda dois meses de trabalho. Até o momento, Eduardo diz não ter recebido nenhum parecer do ISEV e da Prefeitura Municipal de Criciúma. “O Francisco (gerente do hospital) sugeriu que nós voltássemos, mas não deu nenhuma garantia concreta para passarmos para o corpo clínico”, diz.

No entanto, conforme o presidente do Conselho Superior de Gestão Júnior da Prefeitura, Silvio Ávila, uma reunião será realizada no decorrer do dia de hoje para traçar um planejamento de pagamento dos profissionais. “Ainda não temos novidades. Mas, amanhã (hoje) iremos nos reunir com o secretário Cloir, que passou por uma cirurgia e estava incapacitado”, afirma.

O encontro deverá ocorrer na parte da manhã, contando com a participação do prefeito Márcio Búrigo. Eduardo Ali deixa claro a sua preocupação com as próximas semanas e com o futuro do hospital. “Realmente estamos preocupados. Imagina se perdermos o Santa Catarina? É para isso que está se encaminhando”, explica.

Com informações de Denise Possebon / Clicatribuna