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Servidores municipais de Criciúma entram em estado de greve

Foto: Lucas Colombo/Clicatribuna

Foto: Lucas Colombo/Clicatribuna

Os servidores públicos municipais de Criciúma estão em “estado de greve” e farão um protesto em frente à prefeitura nessa quinta, às 15h. A decisão foi tomada nesta terça-feira à noite, em assembleia geral do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Siserp), na sede da entidade sindical. Os quase 200 trabalhadores presentes rejeitaram, por unanimidade, a contraproposta da Administração Municipal. Entre os itens está o reajuste, que fica três pontos percentuais abaixo do que é reivindicado pela categoria — o Siserp pede 10%, enquanto a Administração Municipal ofereceu 7%.

Conforme o site Clicatribuna, uma das alas mais insatisfeitas com a proposta é a dos professores, que reivindica ao menos mesmo índice aplicado ao reajuste do piso nacional do magistério, de 8,32%. Os profissionais da educação representam quase metade dos 3,3 mil servidores públicos municipais. As agentes comunitárias de saúde reivindicam um salário de R$ 1.014, mas a Prefeitura propõe R$ 950. A remuneração atual é de R$ 850.

Uma série de exigências para os trabalhadores da Autarquia de Segurança, Trânsito e Transportes de Criciúma (ASTC) também não foi atingida. O Siserp também pede para que cargos como a presidência do Criciumaprev, que dizem respeito aos servidores, sejam ocupados por profissionais de carreira.

Pressão sobre o Executivo

Durante o estado de greve não há paralisação das atividades. E uma situação preliminar que pode evoluir para uma greve, se os servidores assim decidirem numa próxima assembleia “Nossa expectativa é que haja novas negociações. Na quinta-feira nós vamos decidir quais serão os encaminhamentos e poderemos agendar uma a próxima assembleia”, coloca a presidente do Siserp, Bárbara Teixeira. A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) para o período de abril de 2013 a março de 2014 foi de 5,6%.

O Siserp usa como argumento para reivindicar o reajuste de 10% o fato de que a Prefeitura ainda trabalha abaixo do limite estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Por lei, não se pode gastar mais de 54% das receitas correntes líquidas com pessoal. Em Criciúma, o percentual atual — o maior já registrado — é de 43%. Até 2012, nenhum ano havia fechado acima dos 40%.

Nesta terça à noite, após a assembleia, a reportagem tentou contato telefônico com o prefeito de Criciúma, Márcio Búrigo (PP), e com a secretária municipal de Administração, Dalvania Cardoso, mas as ligações não foram atendidas.