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Surto de lagartas na região afetará o bolso dos consumidores

Foto: Douglas Saviato/Engeplus

Foto: Douglas Saviato/Engeplus

Um surto de lagartas (fase larval do desenvolvimento de um inseto) preocupa produtores rurais e, agora, moradores do Sul do Estado. Nas últimas semanas, a população destes insetos se multiplicou nas plantações da região e nos últimos dias as lagartas têm surgido nas gramas e, inclusive, em flores de algumas residências nas áreas urbanas das cidades. O tema foi tratado na Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR) de Criciúma nesta manhã. Em uma reunião entre técnicos da Epagri e da Cidasc, além de secretários dos municípios da região, foram expostos consequências e métodos para diminuir a população destas lagartas. Pelo menos três delas foram constatadas na região, que são: falsa medideira, spodoptera e helicoverpa armigera.

Segundo matéria do site Engeplus, as consequências da incidência destas pragas vão refletir no bolso do consumidor. Conforme o gerente regional Sul da Epagri, Realdino José Busarello, 80 mil sacas de feijão foram perdidas em Içara. Além disso, haverá uma redução na produção de leite, pois as pastagens para o gado também foram afetadas. “Como o fato ocorre em outras regiões do Estado, o consumidor vai sentir essa consequência no momento da compra. Quanto menor a produção, maior o valor pago pelo produto”, explica. 

Na região, são produzidas cerca 350 mil sacas de feijão. Cada saca custa, em média, R$ 120, uma perda de mais de R$ 9 milhões. Ainda conforme Busarello, o ciclo das lagartas ocorre em um período de 40 dias. Antes de morrer, quando são mariposas, elas deixam, em média, 500 ovos. Algumas espécies colocam ainda mais ovos. 

Controle – Para controlar a população destas lagartas, segundo a engenheira agrônoma da Epagri de Urussanga, Erica Frazão Pereira de Lonrenzi, técnicos da Epagri e da Cidasc estudam medidas emergenciais. “Vamos traçar estratégias para diminuir a população destes insetos, pois não há como disseminá-los”, afirma. Segundo a agrônoma, algumas teorias sustentam o surgimento destas lagartas na região. O primeiro é o desequilíbrio causado pelas táticas inadequadas na utilização de agrotóxicos por não haver um monitoramento adequado. 

“É como tomar um antibiótico. Se a pessoa toma o mesmo remédio por muito tempo ele não faz mais efeito e outras patologias surgem. Os produtos utilizados nas plantações também, pois chega um momento que ele não faz mais efeito e outras pragas aparecem”, explica. A segunda teoria é em relação ao clima. Em fevereiro, o Sul passou por uma forte onda de calor. 

“Quando ocorre temperaturas atípicas por um determinado período surgem estes surtos. As lagartas não possuem limites geográficos e avançam em busca de alimentos”, pontua. Ainda conforme Erica, quando falta comida no campo, elas partem para a cidade. “Algumas lagartas se alimentam de néctar, ou seja, as plantas também acabam destruídas”.

Prejudicado – Quem não tem produção agrícola, mas foi prejudicado é o ex-jogador do Internacional (RS) e da Seleção Brasileira, Valdomiro Vaz Franco. Partes do gramado dos três campos onde são ministradas as aulas de futebol pelo ex-atleta foram afetados pelos insetos. “Elas surgiram há uns dez dias. Tentamos contê-las por conta própria, mas não conseguimos, então fomos até a Epagri”. 

A agrônoma passou um remédio para colocar ao redor das malhas onde as lagartas se alojam. “O primeiro produto era tóxico e precisaria de um período de dez dias sem que pisássemos no gramado, então optamos por um remédio menos agressivo”, conta. Valdomiro passará o produto nesta sexta-feira. "Esperamos que essa situação melhore".

O gerente regional e a agrônoma da Epagri, orietam os produtores e moradores em geral a procuraram os técnicos da Epagri e da Cidasc para o controle destas pragas, pois um caso é diferente do outro e precisa de estudos.