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Teleférico da Serra do Rio do Rastro deverá ser implantado até 2017

Ações para a viabilização do projeto estão voltadas para estudo ambiental que decidirá a execução da obra

Foto: Imagem ilustrativa cedida pela Weber Empreendimentos

Foto: Imagem ilustrativa cedida pela Weber Empreendimentos

O projeto que prevê a implantação de um teleférico para ligar os municípios de Siderópolis e Bom Jardim da Serra deve ser inaugurado em 2017. De acordo com a empresa Weber Empreendimentos, de Braço do Norte, responsável pelo projeto, a viabilidade econômica do investimento já foi constatada em um estudo realizado na região por uma empresa italiana. “Praticamente concluímos os trabalhos de estudos e a obra é viável. A estimativa é de que em 5 a 6 anos o investimento comece a dar um retorno para a região”, destaca o engenheiro civil, Roberto Brolese.

Conforme o projeto da obra, a linha de extensão do teleférico terá 2.565 metros de comprimento. O percurso é o mais curto apontado nos estudos feitos na região para comparar diferentes opções de partida e chegada possíveis entre os municípios para o teleférico.

A expectativa de público para a futura opção turística é baseada no movimento de visitantes registrados em investimentos similares em funcionamento. “O plano de viabilidade econômica tem como base os municípios de Camboriú e Nova Trento, onde, em média, 15 mil pessoas passam por ano pelos teleféricos de cada cidade, ou seja, cerca de 500 pessoas por dia”, explica Brolese.

Para projetar a linha de cabos para a circulação do teleférico será necessária a colocação de 15 torres de sustentação ao longo do percurso. A empresa italiana Leitneer, que projetou o teleférico do Pão de Açúcar e do Morro do Alemão, ambos no Rio de Janeiro, atualmente, atua na realização do levantamento da área a fim de identificar os aspectos ambientais que a obra precisará para ser executada. “O nosso maior desafio é a questão ambiental, vamos passar pela Reserva do Aguai, e por toda a extensão da Serra do Rio do Rastro, portanto, precisamos saber exatamente o que pode ser feito, o nosso objetivo é integrar com o meio ambiente e não degradar”, destaca o engenheiro.

A conclusão do estudo ambiental é a última etapa antes do início da implantação do projeto. Conforme Brolese, as duas principais cidades envolvidas: Siderópolis e Bom Jardim da Serra, estão engajadas na viabilização do projeto e as tratativas para a participação de investidores interessados em apostar na iniciativa já estão em andamento. “Fizemos a projeção de um consórcio liderado pela Weber, com lotes de 30% e 40% do valor do investimento e já tivemos a representação de cotistas interessados”, destaca Brolese.

Infraestrutura e desenvolvimento

Para comportar o investimento, a região precisará ampliar a rede de restaurantes, estacionamentos, recepção e de opções de lazer para os visitantes. “Será necessário investir em opções, como: passeio de cavalo, gastronomia, questões que gerem a movimentação de público, além de estimular os turistas do Caminho das Neves, em Bom Jardim, a virem para a região”, propõem Brolese em entrevista ao site Engeplus.

O investimento para o desenvolvimento turístico da região na opinião do coordenador do curso técnico de Guia de Turismo Nacional da Satc, Ari Azambuja de Oliveira, será um diferencial para ligar a parte alta até a parte baixa da Serra catarinense. “Isso sendo viabilizado será algo sensacional, vai trazer a possibilidade de observar a natureza de uma forma diferente, além de permitir uma emoção a mais aos visitantes que vão viver a sensação de passear com o bonde em um lugar fantástico como é a Serra do Rio do Rastro”, avalia.

Infraestrutura

Na opinião de Oliveira, além de investimento em opções de turismo, rede hoteleira e gastronomia a região também precisará de mais infraestrutura. “Vamos nos tornar um atrativo único que vai alavancar o turismo. É excepcional, mas na hora em que falamos em explorar o turismo nós somos carente em tudo, em informação, estrutura, atendimento, idiomas e agências. Precisamos nos preparar”, destaca.

A Reserva do Aguai, responsável por 46% da água potável da região será uma das áreas que poderão ser contempladas por quem passear com o teleférico. Conforme Paulo Renato Cadallóra, coordenador de projetos do Instituto do Aloata, que atua dentro da reserva a iniciativa é bem-vinda, mas carece de um amplo debate no sentido de apurar a melhor opção para a região. “Precisa ser visto a viabilidade técnica disso, discutir todos os aspectos: o ambiente, a comunidade, as instituições envolvidas e, sobretudo, o empreendedor para que depois não tenhamos um projeto que não comporte as necessidades da região ou atenda as expectativas de quem investiu”, propõe.

O prefeito do município de Siderópolis, Helio Cesa, considera que o empreendimento impulsionará as potencialidades do Sul catarinense. “Com a construção do teleférico, Siderópolis definitivamente entrará no cenário turístico de Santa Catarina”. A finalização da parte de engenharia e dos estudos deve ocorrer em quatro ou cinco meses. As obras de implantação só devem ter início a partir de 2015.