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Trabalhador está mais doente em Tubarão

Foto: Jornal Diário do Sul

Foto: Jornal Diário do Sul

O trabalhador tubaronense está mais doente, conforme resultado da pesquisa encomendada pelos três sindicatos de trabalhadores de Tubarão e realizada pelo Instituto de Pesquisa Catarinense (IPC). As presidentes dos sindicatos Laura Oppa (Sintermut), Gisele Vargas (Sinpaaet) e Elizandra Anselmo (Comerciários) apresentaram o resultado ontem. 

Conforme reportagem do jornal Diário do Sul, a pesquisa, feita em junho deste ano com 700 trabalhadores da educação pública, privada e do comércio, aponta que as doenças diagnosticadas que acometem a maioria da classe são ansiedade, depressão e pânico. Inclusive, foram detectados cinco casos de tentativas de suicídio de trabalhadores desses setores em Tubarão.

A ansiedade é a que apresentou maior índice, sendo 34% dos casos na educação pública municipal, 33% na educação privada e 29% no comércio. A depressão aparece em seguida, com 15% dos casos nos profissionais que atuam na educação pública municipal, 10% na educação da rede privada e 9% nos trabalhadores do comércio. Já a classe que mais sofre com a síndrome do pânico é da educação privada, com 6%. Professores da rede municipal e comerciários são 2% cada. O transtorno bipolar tem também um alto índice nos comerciários, chegando a 3%.

Dos trabalhadores que tomam medicamentos contínuos, o maior índice é na educação municipal, com 41%. Na educação privada chega a 32% e no comércio, 21%. “Esses casos, na verdade, são apenas de trabalhadores que tomam medicamentos contínuos por doenças ocasionadas no ambiente de trabalho”, revela a presidente do Sinpaaet, Gisele Vargas.

Além disso, a pesquisa aponta que doenças ligadas à mente também foram relatadas pelos profissionais. A que mais acomete trabalhadores dos três setores são os problemas na memória: 11% (educação pública e privada, cada) e 7% (trabalhadores do comércio). Entre outros problemas relatados estão insônia e excesso de sono, cansaço, irritabilidade e déficit de atenção. 

Entre as situações que ocasionam esses problemas estão a carga excessiva de trabalho, assédio moral, desvio de função, falta de pessoal, metas abusivas e mudanças frequentes que acarretam instabilidade no emprego. Este último é o que apresentou maior índice entre os entrevistados: 36% (educação municipal), 34% (educação privada) e 31% (comerciários).

“A pesquisa questionou apenas trabalhadores na ativa e só veio reforçar as denúncias que recebemos nos três sindicatos. Muitas dessas doenças são decorrentes de problemas no emprego, como assédio moral, metas abusivas, desvio de funções e baixos salários, por exemplo”, afirma Gisele. 

A partir disso, Sintermut, Sinpaaet e Sindicato dos Comerciários irão se engajar ainda mais em campanhas para melhorar a saúde dos trabalhadores. “Nosso foco é fazer com que esses trabalhadores saibam detectar quando estão com problemas e identificar o que têm. É uma campanha para toda a categoria e sociedade. E vamos buscar ainda cláusulas para melhorar a saúde do trabalhador, junto às campanhas salariais”, acrescenta.