Segurança

Trabalhadores ateiam fogo em sede de empresa em Criciúma

Foto: Mayara Cardoso/Clicatribuna

Foto: Mayara Cardoso/Clicatribuna

Em forma de protesto, trabalhadores atearam fogo, na manhã desta terça-feira, em uma casa utilizada como sede da empresa que trabalham, na Rua Benevenuto Guidi, Bairro Sangão, em Criciúma. Conforme reportagem do Portal Clicatribuna, os 28 homens que atuam na recuperação de área ambiental, contratados pela empresa Estre Ambiental, estão há 60 dias sem receber seus salários e foram despejados da casa disponibilizada como moradia pela empresa. Há 20 dias os responsáveis não fazem contato com os empregados, que em sua maioria vieram de São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná especialmente para trabalharem na obra.

Por volta das 5h foi iniciado o fogo, que antes das 7h30min foi contido pelo Corpo de Bombeiros de Criciúma. Logo em seguida à saída da equipe de Bombeiros, um novo incêndio foi iniciado, desta vez com ainda mais força.

Conforme um dos trabalhadores, que preferiu não se identificar por medo de retaliação, a situação vivida pelos empregados é desumana. “Ninguém tem dinheiro pra nada. Não temos nem comida, nem água pra beber ou tomar banho. Nem banheiro nós temos direito. Estamos vivendo com ajuda da comunidade”, comenta. No local do incêndio, os trabalhadores faziam gritos de protesto e, bastante agitadas, demonstravam agressividade diante da situação. “Não concordo com esse tipo de ato, mas tentei acalmá-los o máximo que pude. Foi a gota d’água porque realmente não sabemos o que fazer. A situação chegou em um ponto até desesperador. Nem mercado nem restaurante nem ninguém vende nada para esses peões. Ninguém tem nem pra onde ir agora”, completa

Por volta das 9h15min o Corpo de Bombeiros novamente conteve o incêndio em parte da residência. Telhado e portas ficaram destruídos.

Outros prestadores de serviço também sofrem prejuízo

De acordo com o responsável por outra empresa que presta serviço para a mesma área de recuperação ambiental, a empresa contratada pela Petrobrás, Estre, utiliza ainda outra empresa terceirizada para executar os trabalhos. “É uma bola de neve. Eles afirmam que a Petrobrás não repassa o dinheiro e por isso não conseguem pagar os trabalhadores. Para nós eles já devem R$115 mil e também não nos dão satisfação de quanto irão resolver a situação”, afirma.

Há aproximadamente 10 dias os funcionários que trabalhavam no escritório da empresa recolheram seus pertences e abandonaram o local.

Vizinhos acompanharam a manifestação e se mostraram assustados. “Durante toda a noite de hoje eles ameaçaram colocar fogo e gritaram bastante. Na verdade, desde a semana passada eles estão bem revoltados e sem respostas. Nós entendemos a situação dessas pessoas, mas só queremos que não prejudique as casas e empresas ao redor”, declara uma das moradoras da rua.

A Polícia Militar esteve no local garantindo a segurança e orientou o grupo a procurar auxílio no Ministério Público do Trabalho.