Geral

Trabalho escravo é identificado na região de Criciúma

Fiscais do Ministério do Trabalho de Florianópolis foram solicitados para vir à cidade investigar o caso

Após o Ministério do Trabalho de Criciúma receber denúncias de exploração de mão de obra na região, auditores do Ministério do Trabalho de Florianópolis foram solicitados para vir à cidade fiscalizar algumas lavouras. Os profissionais estiveram no município desde o início desta semana e identificaram 17 trabalhadores prestando serviços na colheita de batatas de forma irregular.

Conforme a auditora fiscal Lilian Rezende, a vinda para a cidade era, em primeiro momento, para fiscalizar as lavouras de fumo, mas em uma das plantações de fumo foi identificado trabalhadores cultivando batatas. A equipe do órgão seguiu o ônibus no fim do expediente para saber onde os trabalhadores viviam. Dos 17 profissionais, dez moravam juntos em um alojamento em condições precárias, mantido pelo proprietário da lavoura.

“Esses trabalhadores são do Maranhão, Rio Grande do Sul e Paraná. O dono da lavoura mantém a residência para eles, porém a situação que eles vivem não é permitida por lei. Os colchões estão em situação precária e ficam junto com as comidas no chão, o cheiro é ruim e não há sistemas de água e fiação adequados”, afirmou Lilian em entrevista ao site Engeplus.

Além disso, Lilian conta que os 17 trabalhadores não recebiam os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para o exercício da atividade e trabalhavam mais do que o permitido por lei. “Calçado fechado de segurança, boné árabe ou chapéu de abas largas, protetor solar. Nada disso era entregue para os trabalhadores. O proprietário da roça afirmou que aqui na cidade nunca foi exigido do órgão, apesar de ele saber de suas obrigações”, comenta Lilian e explica que o número reduzido de ficais em Criciúma dificulta a fiscalização periódica.

O empregador recebeu o termo de Determinação Imediata para Providência em Ação de Fiscalização com Resgate de Trabalhadores em Situação Degradante determinando a paralisação da atividade até correção das situações de descumprimento trabalhista. Há probabilidade de que os trabalhadores fiquem no seguro-desemprego, neste período.

[soliloquy id=”94313″]