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Treliça-lançadeira se despede das obras na Ponte de Laguna

Maior equipamento utilizado na construção da travessia e único do tipo no país, treliça finalizou trabalhos em setembro e, agora, repousa no canteiro de obras

Foto: Muriel Ricardo Albonico / Comunicação ESGA – DNIT/SC

Foto: Muriel Ricardo Albonico / Comunicação ESGA – DNIT/SC

Aos poucos, a treliça-lançadeira, maior equipamento utilizado na construção da Ponte de Laguna, vem sendo desmontada do vão número 37 da estrutura, onde finalizou a instalação da última aduela, em setembro passado. As partes estão sendo levadas para o canteiro central de obras, no bairro Mato Alto, em Laguna (SC), e aguardará nova obra para atuar. A utilização da treliça foi decisiva para o rápido avanço na instalação das aduelas.

Restam apenas algumas partes do equipamento sobre a ponte, sendo que o consórcio executor do empreendimento vai finalizar toda a remoção na próxima semana. A treliça-lançadeira atuou entre agosto de 2013 a setembro de 2014, instalando as 658 aduelas da travessia, sobre o Canal de Laranjeiras – as demais estão no trecho estaiado e em vãos construídos. O projeto de construção da ponte sobre a lagoa Santo Antônio dos Anjos foi adequado para que a treliça pudesse ser utilizada. Caso contrário, seriam utilizadas várias pequenas treliças, içando e instalando as aduelas uma a uma, tal qual é feito nos vão estaiados.

Primeiro, a treliça finalizou toda a instalação no trecho corrente Norte, passou por desmonte e transporte, foi remontada no trecho corrente Sul, de onde parte agora para o canteiro de obras. A estrutura media aproximadamente 131 metros de comprimento, com 12 metros de altura – contanto do tabuleiro (parte superior do pilar) – cerca de nove metros de largura, pesando 600 toneladas. A treliça tem base fixa, atrelada aos pilares, e um guindaste móvel, com capacidade de carga de 1.260 toneladas, que deslizava sobre a estrutura, içando as aduelas, sendo capaz de erguer um vão inteiro com 14 aduelas – 48 metros de comprimento –, com peso aproximado de 1.211 toneladas, o mesmo peso de 1279 carros Wolkswagem Gol G6.

O equipamento foi trazido de Portugal, especialmente para ser usado na construção da Ponte de Laguna. Entre trinta profissionais atuavam na operação do equipamento e realização das atividades de construção civil envolvidas (colagem e tencionamento de cabos de aço das aduelas, etc.). Todos têm experiência em outros modelos de treliça-lançadeira, e receberam treinamento do fabricante para operar o modelo adquirido para construção da Ponte de Laguna.

Em 2013, a treliça-lançadeira operacional na Ponte de Laguna recebeu o prêmio de inovação da empresa Camargo Corrêa, membro do consórcio executor. Agora, o equipamento aguarda novo destino, em outra obra, pacientemente, no canteiro de obras.

A Ponte de Laguna

A ponte para travessia de Cabeçuda e Canal de Laranjeiras, obra da segunda fase de duplicação da BR-101 Sul catarinense, tem 52 vãos, com 53 conjuntos de apoios – cada apoio tem dois pilares, sendo o quinquagésimo terceiro travessa de concreto armado. A Ponte de Laguna está em construção entre o km 312,9 ao km 315,8 da rodovia federal, entre os municípios de Laguna e Pescaria Brava. Serão 2.830 metros de pistas elevadas, unindo o lote 1 da travessia urbana lagunense ao lote 25, já duplicado.

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), através dos trabalhos realizados pelo consórcio Ponte de Laguna (Camargo Corrêa-Aterpa/M.Martins-Construbase), vem realizando atividades para construção da ponte desde 2012, quando foi assinada a Ordem de Serviço. Desde então, o consórcio executor realizou a dragagem do canal de serviço, recrutou profissionais – hoje são mais de 1.600 trabalhadores, construiu o canteiro central, com escritórios, dormitórios, refeitório, usina de concreto, pátio de obras e deck para carga e descarga das balsas, construção de cabeceiras, cravação de estacas no leito da lagoa, construção de pilares e travessas, instalação de aduelas e suportes laterais (mãos francesas) e construção dos apoios para dois mastros.

Colaboração: Muriel Ricardo Albonico / Comunicação ESGA – DNIT/SC