Economia

Usitesc está fora do Leilão A-5

 Foto: Lucas Sabino/Jornal da Manhã

Foto: Lucas Sabino/Jornal da Manhã

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) divulgou nessa terça (28) que 50 empreendimentos foram habilitados para o Leilão A-5 2015, a ser realizado amanhã. Entre os projetos, estão dois de térmicas a carvão, previstos para o Amapá e o Rio Grande do Sul. Isso significa que mais uma vez a Usina Termelétrica Sul Catarinense (Usitesc), projetada para Treviso, ficará fora da disputa.

“A Usitesc não vai participar por uma questão societária. Ocorreram problemas e não houve tempo hábil de corrigi-los. Talvez nem tenhamos térmicas a carvão no certame, porque o projeto do Rio Grande do Sul também não vai. Da usina do Amapá não tenho informações, mas se participar vai ganhar”, diz Fernando Zancan, presidente da Associação Brasileira do Carvão Mineral (ABCM).

Ele explicou, em entrevista ao Jornal da Manhã, que existe a possibilidade de um novo leilão ser promovido ainda este ano pelo Governo Federal para a compra de energia elétrica com entrega estipulada para janeiro 2020. “Se os investidores sentirem-se seguros para cumprir o prazo de quatro anos, os projetos do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina podem entrar. Para as térmicas a carvão, um prazo mais curto é ruim, por isso acredito que dificilmente irão. Devem ir apenas no leilão do ano que vem”, expõe.

O prazo menor já afastou a Usitesc do certame realizado em novembro do ano passado, quando o preço-teto estabelecido tornou-se mais atrativo aos projetos de termelétricas a carvão. Foi fixado em R$ 209 por megawatt-hora e a empresa vencedora comercializou a energia R$ 201,88/MWh. Para o Leilão A-5 de 2015, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou o valor de R$ 281/MWh para usinas termelétricas e de R$ 210 por MWh para Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e usinas hidrelétricas com até 50 MW de potência.

A oferta total de energia elétrica habilitada é de 6,7 mil megawatts. Estão habilitadas 22 térmicas, sendo 13 a biomassa, sete a gás natural e as duas a carvão. “O aumento da capacidade térmica reduz a vulnerabilidade do país a eventos climáticos extremos, como o que temos vivido desde o início de 2014 (a seca que atinge os estados do Sudeste)”, avaliou Maurício Tolmasquim, presidente da EPE.

 Colaboração: Andréia Limas/Jornal da Manhã