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Laudo sobre morte de peixes sugere nova análise química

Foto: Foto: Wallaston Oliveira / Arquivo Notisul

Foto: Foto: Wallaston Oliveira / Arquivo Notisul

A Universidade Estadual de Santa Catarina – Udesc divulgou o resultado das análises físico-químicas básicas das amostras de água coletadas no Rio Tubarão e Lagoa de Imaruí, após a mortalidade de inúmeros peixes nesta região. A diferença encontrada no exame é referente à temperatura da água, que está dois graus acima da temperatura medida nesse mesmo período em 2013, que era de 24º. Não foi diagnosticada quantidade abaixo da normalidade quanto à oxigenação da água.

De acordo com a resolução do Conama, nº 357 de 2005, os valores de oxigênio dissolvido não devem ser inferiores a 5 mg/L (miligrama por litro) para águas salobras. De acordo com o laudo, os resultados obtidos para este parâmetro, 5,3 mg/L e 5,6 mg/L, para o Rio Tubarão e Lagoa de Imaruí, respectivamente, indicam que estes valores estão próximo do limite mínimo permitido. 

Os professores do curso de engenharia de pesca da Udesc, responsáveis pelo laudo, Cristian Berto da Silveira e Aline Fernandes de Oliveira, afirmaram que pelo fato do estuário ter uma dinâmica muito rápida e por as coletas de água terem sido feitas quatro dias após o início da morte dos peixes, o resultado pode não refletir as condições que desencadearam o problema. “Não se pode descartar a possibilidade de um evento natural associando temperaturas elevadas, baixa circulação da água, aporte de nutrientes que levaram a eutrofização da água e prejudicando espécies mais sensíveis”.

Após um ano de monitoramento da qualidade da água da Lagoa Santo Antônio dos Anjos realizado pela equipe da Udesc não foram encontrados níveis de oxigênio inferiores a 6,0 mg/L. “Portanto, sugere-se uma análise química investigativa visando identificar e quantificar a presença de possíveis contaminantes, de origem orgânica e inorgânica”, afirmam os professores.

Saiba mais:

De acordo com a professora e responsável pelo laboratório de Ictiologia da Udesc, Patricia Sunye, três causas distintas podem estar relacionadas a morte dos peixes, a maioria da espécie savelha. A primeira delas pode ser a anoxia, ou seja, a falta de oxigênio gerada pela forte insolação, ausência de ventos que promovam a circulação da água e alta entrada de nutrientes (como efluentes domésticos, por exemplo) podem causar fenômenos de eutrofização. A outra é a dragagem próxima ao canal de laranjeiras realizada na semana passada, que gera anoxia das águas em estuários.

A última pode ser o fato de ter sido encontrada, após uma saída a campo dos professores da Udesc, Fundação Lagunense do Meio Ambiente – Flama e Polícia Ambiental, do grande número de redes aviãozinho durante o dia, o que é proibido pois captura grande quantidade de peixes. “Na hora que levantamos estas redes encontramos savelhas capturadas na maioria delas, principalmente na região de Pescaria Brava. Uma fiscalização mais detalhada irá identificar as redes irregulares, apreendê-las e se o pescador for pego será notificado e autuado”, disse o cabo da polícia ambiental Robson Vieira.

A savelha é um peixe que nada em superfície e forma densos cardumes, sendo muito sensível à manipulação e alterações ambientais. “Ela representa uma das principais espécies acessórias capturadas na pesca com aviãozinho em Laguna e Imaruí”, destaca Sunye.

Colaboração:  Comunicação Governo Municipal de Laguna