Imagens de câmeras próximas a cemitério são analisadas para achar pistas
A Polícia Civil de Lages, na Serra de Santa Catarina, analisa imagens de câmeras de segurança instaladas próximas ao cemitério onde uma recém-nascida foi encontrada viva dentro de um túmulo, na manhã desta terça-feira (3).
De acordo com o delegado titular da Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCAMI), Luiz Ângelo Moreira, essa é uma das ações da polícia para tentar identificar a mãe da menina.
A bebê foi encontrada com vida dentro de um saco plástico em um túmulo no Cemitério da Penha. A criança foi localizada por dois pedreiros que trabalham no local, por volta das 8h30.
Segundo Moreira, um inquérito foi aberto para apurar o caso e a prioridade é encontrar a pessoa que teria abandonado a criança.
Busca por registro de grávidas
O delegado informou que mantém contato com os órgãos de saúde do município para coletar informações sobre parturientes e gestantes. Ele afirma que o objetivo é encontrar a mãe do bebê, tida como principal suspeita do abandono.
Moreira destaca que há várias gestantes na cidade, no último mês de gestação, e que estariam nas mesmas condições em que a mãe da menina se encontrava.
As investigações estão em fase inicial e, para a polícia, é um trabalho meticuloso que pode levar tempo para ser solucionado devido às poucas pistas existentes até a tarde desta terça (3).
Testemunhas do caso estão sendo ouvidas. A tipificação do crime ainda vai ser definida, com base nas informações que serão coletadas.
Perícia
O Instituto Geral de Perícias (IGP) deve fazer uma vistoria no cemitério para tentar encontrar vestígios sobre o caso. Por enquanto, não foram encontrados indicativos de que o parto tenha ocorrido no local.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, foram solicitados exames de corpo de delito no bebê para se certificar que está tudo bem com a recém-nascida.
Ela deu entrada no Hospital Tereza Ramos por volta das 10h. Segundo a direção da instituição, a menina aparentemente nasceu poucas horas antes de dar entrada na unidade, pesando 2,380 quilos.
A menina passa bem e está saudável, conforme o hospital. Os funcionários da unidade a chamam de Renata, por significar renascimento.
Depois de receber alta, ela deve ficar sob proteção do Conselho Tutelar e seu futuro vai depender de decisão judicial.
Pedreiros ouviram choro
Pedro Vanderlei da Silva, de 48 anos, e um colega estavam passando por uma das carreiras do cemitério quando ouviram o choro de uma menina vindo de uma das sepulturas.
Conforme o funcionário, em entrevista ao Portal G1, primeiro eles acharam que se tratava de um bicho, mas em seguida perceberam que era uma criança.
Ele conta que a recém-nascida estava enrolada em uma manta dentro de uma sacola amarrada. O saco plástico foi encontrado em um dos túmulos que estava com a gaveta aberta.
“A criança estava tremendo e a pegamos no colo. Em menos de cinco minutos, a Polícia Militar chegou. A gente acredita que se a bebê ficasse ali por mais uma meia hora, talvez ela não resistisse”, afirmou o funcionário.
Há 10 anos trabalhando no cemitério municipal, Silva nunca havia vivenciado uma cena como essa. “Era muito cedo, não havia nenhum movimento e a menina ainda estava com o cordão umbilical. Na hora a gente se arrepiou”, recorda o trabalhador.
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