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Empresa suspeita e sumida em Criciúma

Gaeco tentou cumprir nesta segunda-feira mandado de busca e apreensão expedido pela Justiça gaúcha, mas não localizou a empresa.

Uma das duas empresas citadas em investigação do Judiciário gaúcho por irregularidades na licitação de banheiros químicos alega ter sede em Criciúma. A denúncia, levantada nesta terça-feira pelo jornal Diário Catarinense, aponta que a Sanicri seria uma das duas empresas que participaria do esquema de cartel para a locação dos equipamentos para prefeituras.

Mas o promotor Alexandre Graziotin, coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) em Florianópolis, que investiga o caso, a Sanicri não foi encontrada no endereço de Criciúma que foi informado no contrato social.

O Gaeco tentou cumprir nesta segunda-feira mandado de busca e apreensão expedido pela Justiça gaúcha nesta empresa, não conseguindo localiza-la. Graziotin conta que há informações de que a Sanicri possa estar instalada em Içara, mas há a possibilidade de que seja apenas uma empresa de fachada. “Se for comprovado que a sede fica localizada em outro endereço pode gerar alguma implicação. Pode ser apenas uma infração administrativa”, explica Graziotin.

Segundo ele, a informação de que a Sanicri não foi encontrada será repassada à Justiça do Rio Grande do Sul e o próximo passo pode ser tentar ouvir o sócio da empresa.

Uma empresa de Palhoça também sofreu a ação do Gaeco. Nesta foram apreendidos alguns documentos. A investigação na empresa de Palhoça é porque ela seria do mesmo grupo empresarial de outra suspeita no RS. Já a envolvida de Criciúma estaria emprestando o seu nome para o esquema.

O Ministério Público do Rio Grande do Sul apura a existência de um cartel na locação de banheiros químicos no estado gaúcho e em Santa Catarina. Conforme declaração do promotor Ricardo Herbstrith à Rádio Gaúcha, "cada banheiro químico custava cerca de R$ 55 nas cidades onde ocorreu a fraude. Em municípios vizinhos, por exemplo, a diária não chegava a R$ 25”.

As propostas apresentadas simulavam uma competição, quando na verdade faziam parte de um combinado ou entre empresas de um grupo familiar ou de um acordo entre as interessadas.

Preliminarmente, de acordo com informações do promotor Alexandre Graziotin, não haveria agentes públicos envolvidos no esquema, ao contrário, o erário público é que estava sendo lesado. Mesmo assim, MP e Tribunal de Contas investigam 12 prefeituras do RS e em três prefeituras de SC, para verificar se há a participação de funcionários públicos no cartel.

A Tribuna