Anvisa reconhece como fitoterápicas 390 plantas, que podem ter o princípio ativo comercializado em forma de xarope, cápsula, infusão ou chá
As vovós sempre têm uma receita de chá de limão com mel para a gripe, ou de camomila para acalmar. Por muito tempo, no entanto, se questionou a ação dessas plantas a favor da saúde, devido à sua alta utilização, mas poucos resultados cientificamente comprovados. Por meio de pesquisas, a medicina vem confirmando que determinadas receitas caseiras têm, sim, eficácia no combate de certas enfermidades. Segundo a farmacêutica responsável pela Vitalis Farmácia de Manipulação, Daiane Medeiros Machado, muitos dos medicamentos fitoterápicos, que são feitos a partir de plantas, já possuem registro certificado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e podem ser receitados por profissionais médicos e nutricionistas.
Os benefícios destes medicamentos são muitos, conta ela, e a indicação é para que os pacientes optem sempre pelos produzidos a partir do extrato seco, onde há maior concentração do princípio ativo na planta. “Assim, as chances de melhora e os benefícios para o usuário são muito maiores”, explica a farmacêutica.
No entanto, é preciso alguns cuidados. Mesmo que os fitoterápicos sejam conhecidos há muito tempo, Daiane enfatiza que, assim como um medicamento de laboratório, a diferença entre o veneno e o remédio é a dosagem. “É importante que as pessoas sigam a quantidade indicada. Um exemplo de que a fitoterapia pode causar danos à saúde é o caso do sene, muito utilizado para problemas intestinais, mas que se usado em excesso durante a vida pode alterar a movimentação natural do intestino”, enfatiza, complementando ainda que “a fitoterapia deve ser prescrita por um profissional, que vai avaliar a necessidade de utilizar apenas o remédio natural, o laboratorial, ou os dois juntos. Assim como efeito medicamentoso, ela também tem efeito colateral”, destaca.
A aposentada Nair De Lorenzi Frol Rossi, de 76 anos, conhece os benefícios que as plantas trazem para a saúde. Mãe de 11 filhos, ela diz que na época em que casou eram poucos os medicamentos laboratoriais disponíveis no mercado, por isso as plantas eram bastante utilizadas. “Camomila, sene, boldo, folha de laranja, folha de morango, eucalipto. Sempre usei muito chá em casa, e por conta disso sei os benefícios que eles nos proporcionam. Hoje, mesmo sem problemas aparentes de saúde, continuo tomando um chazinho de erva-cidreira antes de dormir”, conta a senhora.
Os remédios feitos à base de plantas podem ser encontrados em forma de xaropes, cápsulas, infusões, chás, etc. Entre os compostos mais conhecidos pela população e reconhecidos pela Anvisa estão arnica, maracujá, alcachofra, gengibre, eucalipto, camomila e babosa. Atualmente a Agência Nacional reconhece como fitoterápicas 390 espécies, utilizadas como analgésicos, antialérgicos, anti-depressivos, anti-hipertensivo, antiinflamatórios, cicatrizantes, diuréticos, entre outras aplicações.
Colaboração: Samira Pereira/Ápice Comunicação
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