Educação

A dor da perda

Foto: Divulgação / O Globo

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A morte é um mistério incompreensível e, como tal, nunca o desvendaremos, porque faz parte da vida. É o acontecimento inevitável em nossas vidas. Seguindo o ciclo natural da existência, tanto humana quanto animal, ao nascer começa-se a morrer, sendo a morte a última das etapas, o fim do caminho, o fim natural de uma existência, porém não nos preparamos para isso e quando ela chega vivem-se dolorosos momentos pela não aceitação. Buscam-se em vão as respostas, mas não existem poderes, saberes e conhecimentos do ser humano, por mais dotado que seja de inteligência, apoiado nas mais sofisticadas tecnologias, que desvendem este mistério divino.

O momento que vivemos com a brusca partida de tantos jovens no exercício de suas funções, no auge da carreira, vivendo as glórias do sucesso alcançado com muita garra, dedicação e trabalho, leva-nos à reflexão: o que é a vida, afinal? Um sopro apenas… Sobre ela não temos poder algum, apenas o compromisso de bem vivê-la, pois nos foi dada para viver em plenitude para quando chegarmos à morte termos a consciência tranquila que não passamos pelo mundo em vão. Precisamos usar todo o tempo de vida saudável que Deus nos deu para fazer o bem, marcar nossa passagem terrena, escrever nosso nome na história de quem conosco conviveu, para que possamos ser lembrados pelas lições ensinadas, pelos exemplos a serem seguidos. É assim que parte o “TIME” (na essência da palavra) da Chapecoense, que cultivava a esperança não só na cor que ostentava, mas nas atitudes, na garra, determinação, comprometimento, vontade de vencer valorizando a família, a equipe, a sociedade, sempre mantendo o respeito mútuo, vivendo a humildade, cultivando o espírito de equipe. Um verdadeiro TIME, não de jogadores, mas de seres humanos que conquistaram por seus feitos o respeito e o carinho de quem os conheceu. Mas, por que os sonhos foram interrompidos? Por que eles? Por que… por que… por quê ? Tantos porquês, mas todos sem respostas porque a morte é inexplicável.

O momento é de dor, homenagens, gratidão, de orações, não só pelos que se foram, mas em especial pelas famílias, parentes e amigos, para que recebam de Deus as forças necessárias para a superação da perda. A queda foi rápida, em questão de minutos só destruição, porém os destroços na alma dos que ficam vão muito além, porque a dor da alma é incurável. A saudade dos abraços, dos bons momentos, dos sorrisos, das reuniões em família, das comemorações nas vitórias, do colinho nas derrotas, o aperto no coração a cada partida, a alegria da chegada. Esse enfrentamento é um processo que demanda de tempo para melhor lidar com a situação, pois a dor da ausência é terrível e inevitável. Cada um vivenciará a dor da perda à sua maneira, mas, é importante ter consciência de que o tempo é o melhor aliado, pois encarregará de acomodar todos à nova realidade.

Há quem diga que a morte é o esquecimento, é a noite escura, é o silêncio que assusta. Acreditamos, no entanto, que é apenas a passagem para outra dimensão, atendendo os desígnios de Deus.