Educação

A escola precisa discutir “fake news”

Foto: Divulgação

Toda vez que decido escrever sobre o uso da internet parece que estou sendo repetitiva, porém é inevitável que se traga ininterruptamente o tema para discussão, uma vez que a ferramenta, pelo mau uso que dela está sendo feito, distancia-se do objetivo a que se propôs ao ser criada: deixar as pessoas conectadas para receber formação e informação, estabelecendo ligações, partilhando interesses, trocando experiências, conhecimentos. Hoje, pela forma desregrada com que é usada, tornou-se um sério problema, surgindo a necessidade imperiosa de as escolas abordarem exaustivamente o assunto em sala de aula, para em parceria com as famílias formarem o completo cidadão digital.

O uso sem controle da tecnologia está abrindo caminho para um grave problema de saúde pública: a dependência. De acordo com o perfil do adolescente: “depressão, ansiedade e agressividade são alguns dos fatores associados à dependência”. O vício de internet hoje é maior do que “o de álcool, drogas, jogos e sexo”, conforme recente pesquisa divulgada. Clinicas estão sendo criadas para tratamento de um mal que poderia ser evitado. Refiro-me aqui às redes sociais, pois deixam os usuários dependentes e influenciados, afastando-os do mundo real.

As pessoas estão ficando viciadas em compartilhar conteúdos vazios, falam de tudo, mas não sabem nada, estão acomodadas e se satisfazem com futilidades. A escola como ambiente responsável pela formação cidadã não pode se abster do compromisso de orientar crianças e jovens para conviver no universo virtual de forma saudável e produtiva, respeitando os limites da cidadania. De acordo com recentes pesquisas realizadas sobre o perfil dos usuários de redes sociais, o Brasil tem atualmente 130 milhões (mais da metade da população), ocupando o terceiro lugar no ranking de países com maior número de usuários.

Vive-se hoje um momento muito preocupante e delicado , o das chamadas “fake news”, termo em inglês usado para designar falsas notícias que circulam nas redes de forma irresponsável, compartilhadas sem prévia avaliação, evidenciando a falta de criticidade das pessoas em relação aos conteúdos inverídicos, que por sinal, propagam-se muito mais rapidamente do que os verdadeiros.

É preciso que as instituições de ensino abordem o problema e busquem alternativas para conscientização sobre o uso correto e responsável deste fantástico meio de comunicação chamado internet. À escola cabe o papel de propiciar ampla discussão sobre o assunto, com a comunidade escolar e para além dela, e de forma participativa identificar, combater e denunciar as falsas notícias. Ensinar a técnica, mas acima de tudo desenvolver o espírito crítico do jovem em relação ao que lê e ao que publica em redes sociais.

A exposição às redes sociais é inegável, e cada vez mais forte. É um caminho sem volta… Por isso, é preciso que todos se eduquem e sejam educados para uma convivência saudável com a tecnologia.

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