Saúde

A história de quem venceu a batalha contra o câncer de mama

Aos 80 anos, Irene Zanette Martinello, moradora do bairro Capão Bonito em Criciúma, pode se sentir uma vitoriosa. Aos 39 anos, época em que não se ouvia falar em prevenção, mamografia e Outubro Rosa, ela foi diagnosticada com um câncer de mama em estágio avançado, perdeu um dos seios, fez quimioterapia, radioterapia e derrotou a árdua batalha contra a doença. 

“Naquela época não tínhamos tanto acesso a informação e nem aos exames. Lembro que estava sentada almoçando quando senti uma forte fisgada no peito. Contei ao meu marido. Ele por sua vez, comentou com meu irmão que nos visitava, e imediatamente a consulta foi marcada e o diagnóstico do câncer dado”, detalha a aposentada, internada num dos leitos do Hospital São João Batista por conta de uma pneumonia.

Apesar das dificuldades em falar, simpática e bastante comunicativa, dona Irene revela que a atual debilitação não é nada comparada ao que atravessou em 1974 ao ter que fazer a mastectomia. “Na época, além de enfrentar a doença e suas reações, tive que ir fazer quimioterapia e radioterapia em Florianópolis. Era muito trabalho. Foram quase 100 viagens de ônibus até a Capital. Todas as mulheres devem fazer a mamografia. Orientação e prevenção são fundamentais”.

Das três filhas da aposentada, duas tiveram que fazer cirurgias para retirada de nódulos, felizmente nenhum maligno. “Das minhas irmãs eu fui a única que não tive que fazer nenhum procedimento cirúrgico, mas todos os anos, desde os 35, faço a mamografia e não podia ser diferente, ainda mais com o histórico de doença e vitória da minha mãe”, relata Ana Meri Martinelo, 47 anos.        

“Caminhada Rosa”, neste domingo, quer conscientizar

Segundo tipo mais frequente no mundo, o câncer de mama é o mais comum entre as mulheres, respondendo por 25% dos casos novos a cada ano. Se diagnosticado e tratado oportunamente, o prognóstico é bom.Relativamente raro antes dos 35 anos, após ultrapassar essa faixa etária, a incidência cresce de forma rápida e progressiva.  Pensando na necessidade da prevenção, neste ano a Cliniimagem e o Hospital São João Batista uniram forças para levar a campanha para as ruas. Domingo (04/10) funcionários das duas instituições farão uma caminha de conscientização. A “Caminhada Rosa” sai às 14h30min de frente do Hospital São João Batista tendo como ponto de chegada o Parque das Nações. 

“No Brasil, as taxas de mortalidade por câncer de mama continuam elevadas, muito provavelmente porque a doença ainda é diagnosticada em estágios avançados. Lembrando que os homens também devem ficar atentos. Depois dos 50 anos, eles não podem desconsiderar sinais da doença como nódulo não doloroso abaixo da aréola, retração de tecidos, ulceração e presença de líquido nos mamilos”, destaca o médico Flávio Spillere, lembrando que a mamografia ainda é o melhor método de diagnóstico da doença e permite a detecção de lesões medindo milímetros.

As mulheres também devem ficar atentas e procurar um mastologista, em caso de nódulo fixo e geralmente indolor, pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja; alterações no bico do peito; pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço; e, saída de líquido anormal das mamas. 

“Outubro Rosa o ano inteiro” 

A Cliniimagem lançou no início deste ano a campanha “Outubro Rosa o ano inteiro”. “No projeto, empresas onde há grande número de colaboradoras são visitadas, um estande é instalado e orientações são repassadas às funcionárias por profissionais capacitadas”, explica a técnica em radiologia Patrícia Carola. Empresas interessadas no trabalho de conscientização podem ligar para a Cliniimagem no número 3461-2000. 

Iluminação e camisetas alusivas à campanha

Engajada na campanha mundial, a Cliniimagem foi iluminada de rosa com objetivo de chamar a atenção para o problema que, a cada ano, tem um número maior de casos. Na clínica de diagnóstico por imagem, assim como no Hospital São João Batista, funcionários estão usando camisetas chamando a atenção para a prevenção. “Resolvemos fazer uma camiseta alertando para duas doenças sérias e perigosas, que acometem milhares de homens e mulheres, os cânceres de próstata e mama. As pessoas devem deixar a vergonha de lado e pensar na prevenção, já que a cura no estágio inicial tem um prognóstico muito mais elevado”, observa o médico radiologista, Maurício Meller Dal Toé.  

Tudo começou na década de 90 nos EUA

Realizado em vários países, o movimento Outubro Rosa remete à cor do laço rosa que simboliza, mundialmente, a luta contra o câncer de mama. A campanha teve inicio na década de 90, nos Estados Unidos, e se intensificou no Brasil a partir de 2008, por iniciativa da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama).

Colaboração: Dani Niero

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