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Abaixoassinado é organizado por moradores de Balneário Arroio Corrente

Documento será entregue ao Ministério Público e será para solicitar ação civil pública que apure possíveis danos ao meio ambiente

Incomodados com o mau cheiro vindo de uma granja de suínos localizada próximo à Lagoa do Arroio Corrente, em Jaguaruna, os moradores e veranistas decidiram fazer um abaixoassinado. O objetivo é pedir que o poder público averigue se o empreendimento não causa danos ao meio ambiente. Até agora, foram colhidas duas mil assinaturas. A intenção é chegar a três mil até o fim de semana.

Para isso, associações de moradores e veranistas, em parceria com órgãos empresariais, farão uma ação em frente ao posto da Polícia Militar, ao lado do Chuveirão, para reunir o maior número de pessoas em favor da causa. Será neste sábado, durante todo o dia.

O documento será entregue ao Ministério Público, para que inicie um processo de investigação, já que a população também teme a contaminação do solo pelos resíduos dos suínos. Na manhã de ontem os moradores, veranistas e empresários reuniram-se com o prefeito Luiz Napoli (PP) para entregar um ofício solicitando o fechamento imediato do estabelecimento, que fica a 600 metros da lagoa e a um quilômetro da praia do Arroio Corrente.

“Da região da lagoa, é fornecida água potável para Jaguaruna e o Arroio Corrente. Não queremos que o manancial seja comprometido”, justifica o advogado Armando Machado Filho, presidente do sindicato dos Bancários de Tubarão, e morador de Jaguaruna.

Prefeitura pode intervir

O diretor do Instituto de Meio Ambiente de Jaguaruna, Wilson Teodoro, visitou a granja de suínos na semana passada e constatou que todos os documentos estão em dia. Mesmo assim, a prefeitura pode intervir e pedir que as atividades sejam encerradas no local.

“Mesmo diante de uma situação regular, mas que causa incômodo à sociedade, o prefeito tem voz ativa suficiente para embargar os trabalhos da granja”, pontua o assessor jurídico da prefeitura, Diógenes Luiz Mina de Oliveira.

A situação de todas as estruturas construídas nos últimos três anos na região da lagoa e praia do Arroio Corrente, em Jaguaruna, será reavaliada. Isso inclui a granja, implantada há dois anos.

“Estamos averiguando se a região não é considerada preservação ambiental. Caso se encaixe neste perfil, teremos que tomar as providências e retirar as construções do local”, explica o assessor.

Situação deve melhorar nos próximo dias

A reportagem do Jornal Notisul entrou em contato com o proprietário da granja, Fernando Hademann Esser, que explicou que está com toda a documentação em dia e que já tenta resolver o problema do mau cheiro. O incômodo ocorre porque o tanque onde são depositados os resíduos dos animais não está tampados com lona, como deveria ser.

De acordo com Fernando, é preciso encher totalmente estes tanques, mas não deu tempo de fazer antes do início da temporada. Tudo indica que até segunda-feira a situação seja regularizada e o mau cheiro acabe.

O empresário implanta no local um biodigestor, sistema destinado à produção de biogás, principalmente o metano, através do tratamento de esgoto sem a utilização de produtos químicos. Durante o processo, a matéria orgânica contida no esgoto é digerida pelas bactérias, que atuam na falta de oxigênio. Esta digestão produz o biogás, que pode ser transformado em energia.

A empresa responsável pela implantação, Aviserra, Soluções Ambientais, de Guaporé, Rio Grande do Sul, agendou uma visita para a próxima segunda-feira, para colocar a lona no tanque. Quanto à preocupação de contaminação no lençol freático, Fernando garante que atende todas as normas ambientais para evitar acidentes.

“Se a população quiser conhecer as locações, abro as portas da granja para mostrar que meu trabalho é legal”, convida.