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Acusado de matar criança indígena vai a júri, em Imbituba

Foto: Gabriel Felipe/DS

Foto: Gabriel Felipe/DS

Pouco mais de um ano depois de assassinar o pequeno índio caingangue Vitor Pinto, de dois anos, o acusado do crime, Matheus de Ávila Silveira, 24 anos, irá a júri popular. A sessão está agendada para o dia 14 de março, na Câmara de Vereadores de Imbituba. O crime, que chocou o Estado pela brutalidade, aconteceu em dezembro de 2015.

Vitor foi morto nas proximidades da rodoviária de Imbituba, em plena luz do dia. A criança era amamentada quando Matheus, portando uma mochila, se aproximou dos dois e desferiu um golpe na garganta de Vitor. A arma do crime foi um estilete. Conforme a mãe da criança, ao ver que o homem se aproximava do rosto do menino ela pensou que ele iria fazer carinho no filho.

Seguindo a tradição, a família caingangue tinha vindo da aldeia Condá, no Oeste do Estado, para vender artesanato no litoral catarinense. Inicialmente, Matheus ficou detido na Unidade Prisional Avançada de Imbituba. Depois foi levado para o Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico, em Florianópolis. 

O rapaz tem transtorno de personalidade borderline, e alegou à polícia ter praticado o crime por questões religiosas. Conforme depoimento ao delegado Raphael Giordani, ele teria afirmado que foi orientado por uma entidade espiritual a sacrificar uma pessoa com grande repercussão. Isso lhe abriria os caminhos e lhe traria notoriedade, inclusive no campo profissional.

O processo tramita em segredo de Justiça. Matheus foi denunciado pelo Ministério Público por homicídio duplamente qualificado (por motivo torpe e mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima). A audiência está prevista para iniciar às 9h30min.

Com informações do Jornal Diário do Sul