Saúde

Após colapso, SC fecha 2021 com queda de mortes por Covid e em alerta para a Ômicron

Em um ano, Estado viu o número de mortes aumentar quase o triplo do que em 2020; para especialista, manter os cuidados é fundamental

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O ano de 2021 marcou Santa Catarina de diversas formas quando o assunto é Covid-19. Em um período em que as vacinas chegaram, trazendo esperança no combate ao vírus, o Estado também viveu seu pior momento: foram mais de 14.700 vidas perdidas e milhares de infectados. Agora, especialistas alertam para um novo aumento de casos, principalmente com a chegada da variante Ômicron.

Segundo dados do Painel do Coronavírus do NSC Total, o Estado terminou o ano de 2020 com 5.411 mortes e 492.583 casos confirmados. Um ano depois, os números dispararam. Nesta segunda-feira (3), eram 20.194 óbitos e 1.244.569 confirmados – um aumento de 173,16% e 152,66%, respectivamente.

O aumento no número de casos se deu, principalmente, entre os meses de fevereiro e março de 2021. De acordo com o Painel, a curva de casos ativos – pacientes que ainda estão infectados e podem transmitir o vírus – passou a ter um crescimento na segunda quinzena de fevereiro, até atingir o seu ápice no dia 6 de março: 39.017, maior número de infectados ao mesmo tempo em Santa Catarina durante toda a pandemia.

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A alta rapidamente impactou na estrutura hospitalar de Santa Catarina. Em março, hospitais ficaram lotados e as Unidades de Terapia Intensiva (UTI), destinadas para o tratamento da Covid-19 em adultos, ficou na casa dos 99%, mesma época em que o Estado contava com a lista de espera para vagas de internação.

No dia 17 de março, eram 457 pessoas na fila, sendo o Oeste a região com o maior número de pacientes – 101. Já em abril, o Estado registrou um pico nas internações, chegando a ter 1.115 pessoas tratando a Covid nas UTIs.

Isso resultou em outra triste estatística: 3.722 vidas perdidas para a Covid-19 em um único mês. É como se a cada dia, 120 pessoas morressem por conta do vírus. Apenas 42 cidades catarinenses não tiveram mortes no período.

O dia mais letal, de acordo com o Painel do Coronavírus, foi 22 de março. Na data, foram 159 mortes.

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Para a infectologista Carolina Ponzi, são inúmeros os fatores que contribuíram para que o Estado vivesse esse colapso no início do ano.

— Nós tivemos festas de fim de ano, férias, flexibilizações das medidas em muitas cidades e não tínhamos boa parte da população imunizada, o que fez que tivéssemos uma maior transmissão do vírus — pontua.

Uma das medidas apontadas pela especialista que poderiam ser tomadas na época para diminuir os números é o isolamento social, além do reforço do uso de máscaras e álcool em gel.

Chegada da vacinação e a queda nos indicadores

Depois do colapso em abril, o Estado passou a apresentar queda nos indicadores nos últimos meses, um fator que está amplamente ligado à campanha de vacinação contra a Covid-19.

Em dezembro, por exemplo, foram registradas 170 mortes – 4,56% do total de vítimas em março – em 64 municípios. Isto significa que, no último mês do ano, a cada cinco cidades catarinenses, quatro não tiveram mortes. O período também foi o com menor número de óbitos desde junho de 2020.

O número de casos ativos também caiu. Em 22 de dezembro, por exemplo, o Estado chegou a ter 1.926 ativos. Porém, nos últimos dias, a curva voltou a ter um ligeiro crescimento. Nesta segunda-feira (3), eram 4.692 casos.

— A vacinação é e está sendo fundamental para que o número de casos diminua. Existe um aumento no número de ativos devido à variante Ômicron, mas o que vemos é uma doença com uma gravidade muito menor — explica a infectologista.

Devido a problemas nos dados do Ministério da Saúde, atrelados ao ataque hacker sofrido no início de dezembro, Santa Catarina não tem dados atualizados a respeito da vacinação contra a Covid-19 desde 9 de dezembro. Na ocasião, o Estado contava com 5.094.416 catarinenses completamente imunizados com as duas doses, o que representa 70,24% de toda a população.

Em nota, a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive-SC) informou que a previsão é de que os dados sejam restabelecidos pelo Ministério da Saúde até o fim de semana. Enquanto isso, a orientação é que os municípios façam o controle das doses aplicadas para, posteriormente, lançar as informações no sistema.

Os desafios da nova variante

Apesar da queda nos indicadores nos últimos meses, Santa Catarina inicia o ano com um novo desafio referente à Covid-19: a chegada da variante Ômicron. Até esta segunda-feira, 54 casos haviam sido confirmados no Estado, sendo que 42 foram identificados em Florianópolis.

Na quinta-feira (30), a Superintendência de Vigilância em Saúde havia confirmado a transmissão comunitária da variante Ômicron em Santa Catarina. Isso significa que não é mais possível identificar a origem das infecções registradas no Estado. ​

Segundo a médica infectologista, Carolina Ponzi, estudos apontam que, aparentemente, ela não é tão agressiva quanto às demais variantes. Porém, só será possível ter uma real noção da potência da Ômicron no Estado nos próximos dias.

— Com a população imunizada, é muito possível que não se repita aquele cenário caótico que tivemos em março do ano passado. Porém, o aumento no número de casos significa mais pessoas isoladas, em casa e fora do trabalho. Isso do ponto de vista econômico também pode trazer uma preocupação — salienta.

Por fim, ela reforça que o futuro em relação à pandemia ainda é incerto e, por isso, é importante que as pessoas continuem com os cuidados:

— Ainda não é possível imaginar como serão os próximos anos, mas parece consenso que a Covid-19 veio para ficar e vamos ter casos eventualmente. Por isso, é tão necessário que os cuidados sejam mantidos.

Com informações do NSCTotal

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