Apesar da queda na aprovação, Lula se manteria na liderança para as eleições de 2026, vencendo em todos os cenários testados pela pesquisa.
Foto: Ricardo Stuckert/PR/Reprodução
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrenta um aumento na desaprovação de seu governo, que alcançou 51,4%, enquanto a aprovação caiu para 45,9%, segundo levantamento da AtlasIntel em parceria com a Bloomberg, divulgado nesta terça-feira, dia 11. O estudo mostra uma tendência de crescimento na rejeição ao governo desde outubro de 2024, com a desaprovação superando a aprovação pela primeira vez em novembro do mesmo ano.
Na comparação com a pesquisa anterior, divulgada em dezembro, a avaliação negativa do governo subiu 1,6 ponto percentual, enquanto a positiva recuou 1,9 p.p.. O impacto é mais expressivo entre homens, pessoas com ensino médio completo, evangélicos e faixas etárias de 16 a 44 anos. O Nordeste, tradicionalmente favorável ao petista, registra um equilíbrio entre aprovação e desaprovação. Por outro lado, moradores das regiões Centro-Oeste, Norte, Sul e Sudeste têm maior rejeição ao governo.
O levantamento também aponta que 46,5% dos brasileiros classificam a gestão como ruim ou péssima, enquanto 37,8% avaliam positivamente o governo. Entre as preocupações da população, a economia e a inflação dobraram de relevância nos últimos meses: 29% dos entrevistados identificam a economia como um dos principais problemas do país, ficando atrás apenas da criminalidade (58%) e da corrupção (49%). O aumento de preços lidera as inquietações econômicas, sendo citado por 75% dos participantes.
Outro ponto abordado é a percepção sobre a carga tributária: 65% dos brasileiros consideram que os impostos estão subindo, enquanto apenas 28,5% acreditam que se mantêm estáveis ou em queda. No que diz respeito à reforma tributária, entre os 90% que afirmaram estar informados sobre o tema, 41,5% consideram a mudança um avanço que ainda precisa de ajustes, 23% a avaliam positivamente e 35% a veem como um retrocesso.
O levantamento foi realizado por meio de questionários online geolocalizados, aplicados durante a navegação de rotina dos entrevistados em dispositivos eletrônicos. A pesquisa contou com 3.125 respondentes adultos, entre os dias 27 e 31 de janeiro, e apresenta margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Lula segue liderando para 2026, mas disputa é acirrada com Bolsonaro
Apesar da queda na aprovação, Lula se manteria na liderança para as eleições de 2026, vencendo em todos os cenários testados pela pesquisa. Contra Jair Bolsonaro (PL), o petista teria 44% das intenções de voto, contra 40,6% do ex-presidente. Em um segundo turno, Lula também superaria Bolsonaro por uma margem de 47,6% a 43,4%.
Outros possíveis concorrentes foram testados. Em uma disputa com Tarcísio de Freitas (Republicanos), Lula teria 41,1% das intenções de voto, enquanto o governador de São Paulo alcançaria 26,2%. Em um cenário alternativo, no qual Eduardo Bolsonaro substituiria o pai, Lula teria 40% das intenções, contra 24,2% do deputado federal. O presidente também venceria com folga nomes como Ronaldo Caiado (União Brasil), Gusttavo Lima, Simone Tebet (MDB), Sergio Moro (União Brasil) e Pablo Marçal.
A pesquisa também avaliou a comparação entre os governos Lula e Bolsonaro. Para 48,5% dos entrevistados, a atual gestão é melhor que a anterior, enquanto 45,8% consideram que o governo do ex-presidente foi superior. No entanto, a diferença está dentro da margem de erro.