O Pensar Político – Conexão Capital

As bem-aventuranças do político

Foto: Divulgação/Internet

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Bem definiu o químico frances, Antoine Laurent Lavoisier (1774), sobre a  Lei natural de conservação das massas: “Na natureza nada se perde, nada se  cria, tudo se transforma”.  Inspiro-me no discurso de Dom Orlando Brandes, arcebispo de Londrina, e no discurso do cardeal Van Thuan para fazer minhas reflexões pessoais em torno do tema proposto.

1. “Bem aventurado o político que tem uma grande e profunda consciência do seu papel”.  Política é a arte do bem comum, é uma nobre vocação, é uma alta forma de amor social e serviço à vida. Quando a política torna-se um fim último de poder, tudo vale para a manutenção do próprio poder: dinheiro na cueca, mensalão, “mensalinho”, assaltos ao dinheiro público e o enfraquecimento das instituições governamentais.
2. “Bem aventurado os políticos que tem credibilidade”. É o político consciente, honesto e coerente. Político com o nome limpo na praça e nos tribunais. Político de mãos limpas e de biografia integra.
3. “Bem aventurado o político que investe no social”. Que não seja interesseiro, oportunista e demagogo. Há políticos que escravizam o povo na dependência alienante e demagógica de programas sociais. O social é relação, encontro e reciprocidade. É libertação!   Bem aventurado os que concebem o social como comunhão e não como meio de assegurar-se o poder.
4. “Bem aventurado o político que cumpre as suas promessas”. Há políticos que depois das eleições sofrem de um tipo de amnésia eleitoral. Esquecem de seus compromissos e de sua bandeira de luta. Trocam de partidos, fogem das comunidades, dos eleitores, e se trancafiam em gabinetes.
5. “Bem aventurado o político comprometido com a verdade e com a fé”. Gandhi dizia: “O que fui na vida política eu devo à minha espiritualidade”. O mundo não sofre por falta de ideologias, o mundo padece por falta de amor.
6. “Bem aventurado o político que trabalha por uma radical transformação”. Que se empenha pela causa da verdade e da justiça.  Que não pauta seu trabalho e suas palavras nas estratégias de marqueteiros bem remunerados.  Que tenha coragem para corrigir estruturas injustas e promova uma verdadeira reengenharia na gestão pública.
7. “Bem aventurado o político que sabe ouvir e não tenha medo”.   Ouvir o clamor do povo e de sua consciência e que não tenha medo de ser justo e optar pelo povo.  Muitos são os que optam por uma gigantesca e custosa coligação, para alcançar maior tempo de televisão e de rádio. Bem aventurado o político que não fatia o Estado e os serviços públicos conforme o interesse de seus aliados e financiadores.

Bem aventurado o político de vocação. Aquele que se orienta para o bem e não para a destruição. O político que promove o debate, a discussão de ideias, a reflexão crítica e não a leviandade do ataque.

Bem aventurado todos os homens de bem; e de todos os partidos, que procuram fazer o bem.