Segurança

Assassino de Caroline Ghizoni Slachta é condenado a 29 anos de prisão

Foto: Daniel Búrigo / Arquivo / Clicatribuna

Foto: Daniel Búrigo / Arquivo / Clicatribuna

Após oito meses e um dia do cruel assassinato da jovem Caroline Ghizoni Slachta, de 18 anos, morta com 37 facadas, em sua própria residência, no Bairro Estação Cocal, em Morro da Fumaça, a juíza da 2ª Vara da Comarca de Urussanga, Bruna Canella Becker Búrigo, condenou o réu, Gian Paulo Pereira de Freitas, ao cumprimento da pena de 29 anos de reclusão, em regime inicialmente fechado.

A sentença saiu nessa quinta-feira (9) e, por se tratar de um caso que corria em segredo de Justiça, não foram divulgados por quais crimes Gian foi condenado e o período exato de cada pena, mas a denúncia do Ministério Público consistia em latrocínio e estupro. A sentença não é definitiva e Gian, que está preso preventivamente no Presídio Santa Augusta, poderá recorrer da decisão da Justiça.

A família de Caroline ficou sabendo da sentença através da imprensa. Conforme a tia da vítima, o tempo de reclusão foi considerado insuficiente. "Nós fomos pegos de surpresa. Eu e meu marido, que estamos à frente do processo e conversando com pessoas que entendem o meio jurídico, esperávamos 35, 40 anos de reclusão, pelo menos, já que houve o latrocínio e também o estupro contra ela", reclamou Jéssica Ghizoni.

Amanhã, Jéssica ainda deverá conversar com o restante dos familiares para saber o que será feito a partir de então. "Devemos ir amanhã ao fórum tentar falar com o Ministério Público para ver o que podemos fazer, tentar reverter, aumentar a pena. Pois é a nossa indignação, é o nosso sentimento de justiça em jogo, já que ela não irá voltar mais", desabafou, emocionada. Outro fator ainda que proporcionou indignação foi a demora no trâmite judicial, que gerou protestos nesta semana, quando completou oito meses do crime.

Relembre o caso

O triste caso, que teve repercussão nacional pelo modo como Caroline foi assassinada, aconteceu na manhã do dia 8 de outubro, no Bairro Estação Cocal, em Morro da Fumaça, quando o avô de Caroline, Eugênio Ghizoni, foi até a casa da neta, onde morava com a mãe. Ele entrou em casa e viu a jovem morta, seminua em um quarto da casa. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) constatou que a morte de Caroline foi provocada por hemorragia em virtude de 37 golpes de faca, que atingiram o rosto, pescoço e as mãos da vítima. Ela era natural de Urussanga, mas residia em Morro da Fumaça.

Dois dias após o crime, o vizinho, Gian Paulo, apresentou-se à polícia como autor do crime. Ele já era visto como suspeito pelos investigadores e familiares, depois de ter sido intimado a comparecer à delegacia. Ele afirmou às autoridades policiais que teria usado cocaína durante toda a madrugada anterior ao crime. Ele invadiu a casa de Caroline para subtrair algum pertence para conseguir mais drogas, subtraindo um celular, mas negou que tenha cometido estupro. Desde então, Gian está recluso preventivamente no Presídio Santa Augusta, em Criciúma.

Uma semana depois, mais de 150 pessoas protestaram pela morte da jovem. Eles saíram da frente da casa do avô e foram até a igreja, em Estação Cocal. Já no dia 18 de janeiro deste ano, ocorreu a primeira e única audiência no Fórum de Urussanga, que foi marcada por sentimentos de emoção e revolta de amigos e, principalmente, da família da garota, que acompanhou, com faixas de protesto e camisetas em memória da jovem.  A audiência durou cerca de quatro horas e foram ouvidas seis pessoas, entre elas, Gian, que confessou o crime de latrocínio, mas negou o estupro, contrariando a tese da denúncia do Ministério Público.

Depois de alguns meses, o processo chegou à juíza no último dia 26 de maio, sendo que ela tinha até amanhã para proferir a sentença condenatória.

Com informações do site Clicatribuna