Educação

Assédio sexual nas universidades

Foto: Divulgação

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Frequentar uma universidade é o sonho de todo jovem, pois é lá o ponto de encontro das diversidades, o que impõe competência e sabedoria para que se apropriem dos  conhecimentos ressignificando-os e   reorganizando-os para  traçar novos caminhos e ousar  transformar a realidade. É um mundo novo sobre o qual o jovem coloca todas as expectativas por se tratar de um espaço privilegiado do saber, mas o que temos visto nos últimos tempos vem apavorando autoridades, pais, professores, e em especial os acadêmicos.

Não vamos aqui relatar todos os problemas que afetam as universidades e demais instituições de ensino porque demandaria tempo e espaço, e aqui não os temos. Porém, um em especial vem tirando a tranquilidade, a harmonia, o encantamento tanto dos jovens quanto dos familiares: o assédio sexual, além do grave problema das drogas que vem desestruturando famílias, destruindo vida.

Pesquisas vêm mostrando o aumento significativo dos casos de estupro e violência contra a mulher nas instituições, mais especificamente nas universidades, tanto públicas quanto privadas, local onde os jovens devem ser preparados para o futuro, no entanto nada está sendo feito para que se mude a consciência sobre o respeito ao ser humano. Faltam políticas públicas adequadas para punir os culpados coibindo assim a prática. E onde não há punição, há proliferação do crime. Diariamente os noticiários mostram casos de abusos nos campi, nos entornos das universidades, até na própria sala de aula. E muitas vezes causados por professores inescrupulosos que se valem do poder que a profissão lhes confere. Essa é uma realidade não só do Brasil, mas de grande parte do mundo, porém em países de cultura avançada existem leis severas, ao contrário do que vemos aqui.

Acompanhamos essa semana depoimentos de acadêmicas da maior universidade de São Paulo, encaminhando sozinhas campanhas de alerta, pois conforme depoimentos, denunciar é inútil, além de que às vezes é preferível silenciar para evitar retaliações. As instituições usam paliativo para a solução do problema, a exemplo do professor acusado por duas alunas, cuja solução que a direção encontrou foi permutar as alunas para outra turma, e o professor continuou trabalhando. Atitudes assim desencorajam, e o silêncio na maioria das vezes prevalece por questões de medo, vergonha, falta de testemunhas, e sobrepõe-se assim a superioridade hierárquica. Vence quem tem o poder, e neste caso o professor tem o poder da nota, da credibilidade de sua palavra pela função que exerce. As universidades por sua vez na luta pela preservação da imagem não assumem a responsabilidade que lhes é devida. E os fatos vão assumindo um ar de normalidade, como tudo o que acontece no país.

Como o Brasil é campeão em criação de datas para comemorações, espalha-se nas redes sociais um lembrete dizendo: “18 de maio é o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes”. Pergunta-se: o que as autoridades, de um modo em geral, estão fazendo para a erradicação deste problema? É muita teoria, mas a prática inexiste. Chega de omissão, atitude é tudo.