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Áudio misterioso muda rumos do caso Thamily em Criciúma

Captado por câmera sem visão direta da cena, áudio é peça-chave na conclusão do inquérito

Foto: Divulgação

Um áudio captado por uma câmera de segurança em uma residência próxima ao local da abordagem policial que resultou na morte de Thamily Venâncio Ereno, de 23 anos, em Criciúma, revelou ordens claras dos agentes, como “polícia” e “saia do carro”, além do som da arrancada do veículo em marcha a ré e o disparo que atingiu a jovem.

Embora a câmera não tivesse visão direta da cena, o conteúdo sonoro foi considerado decisivo pela Polícia Civil de Santa Catarina, que concluiu a investigação apontando legítima defesa por parte da policial envolvida.​

Thamily estava no banco traseiro do carro conduzido por A. D. V., de 42 anos, no momento em que os agentes da Divisão de Investigação Criminal (DIC) e da Delegacia de Homicídios (DH) cumpriam mandado de prisão contra o namorado dela, K. de O. F., de 20 anos, por tráfico de drogas e organização criminosa.

Segundo a polícia, o condutor desobedeceu à ordem de parada e deu marcha a ré em alta velocidade, colocando em risco uma policial que estava atrás do carro.​

A policial efetuou um único disparo de arma de fogo, na tentativa de cessar a agressão. Após o impacto do veículo contra a viatura, os agentes conseguiram efetuar a prisão. Foi então que perceberam que Thamily havia sido atingida na cabeça. Ela morreu ainda no local.​

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A investigação identificou que A. D. V. já tinha antecedentes por uso do carro como arma: em 2024, ele teria colidido propositalmente contra o carro de dois servidores municipais em Içara. Com isso, foi mantido o indiciamento por homicídio tentado e resistência. “Embora ele tenha afirmado que não viu a policial atrás do carro, confessou que empreendeu fuga”, disse o delegado Túlio Magalhães Falcão.​

Segundo o delegado, laudos periciais também corroboram a tese de legítima defesa. “O carro estava em marcha a ré no momento do disparo, e o estojo da munição foi encontrado ao lado direito do veículo, o que confirma a posição da agente”, explicou.​

Sobre Thamily, Falcão foi enfático: ela não era investigada no caso e suas eventuais passagens criminais não têm relevância para a responsabilização do condutor. Em buscas feitas pelos policiais, foi encontrado um caderno com anotações sobre o tráfico na casa em que ela vivia com o companheiro, mas o material não implicou a jovem.​

Thamily era estudante de Odontologia da Unesc e torcedora atuante da organizada Os Tigres, que prestou homenagens emocionadas à jovem nas redes sociais. A comoção pelo caso se espalhou por Criciúma e mobilizou manifestações pedindo justiça.​

Com a conclusão do inquérito, os autos foram remetidos ao Ministério Público e ao Judiciário, que devem agora analisar os indiciamentos e decidir sobre eventuais denúncias.

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