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Aumentam as denúncias contra violência sexual infantojuvenil

Nesta terça-feira (24) é lembrado o Dia Estadual de Combate à Violência e à Exploração Sexual Infantojuvenil

Foto: Mayra Lima

Foto: Mayra Lima

A violência sexual entre crianças e adolescentes não tem endereço certo e acontece em diferentes classes sociais. O tema envolve tabus, sentimentos de vergonha, culpa e violação da privacidade. Em Laguna, este ano já acontecerem 42 casos. Nesta terça-feira (24) é lembrado o Dia Estadual de Combate à Violência e à Exploração Sexual Infantojuvenil.  Campanhas de prevenção são realizadas em todo o estado durante a semana.

De acordo com o Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social), aproximadamente 42 casos existem em Laguna, entre abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. Os principais abusadores são os pais e os padrastos.

Segundo a coordenadora e psicóloga do Creas, Thais Baião, o numero de casos tem aumentado na cidade, entretanto, ela acredita que seja por conta das campanhas de prevenção. “Nosso trabalho tem encorajado os moradores a procurarem ajuda, esse também é um dos motivos de o numero de abuso e exploração aumentar a cada ano”, afirma.

As famílias assistidas recebem orientação e auxílio por meio de psicólogas e assistentes sociais.  “Cada família que conseguimos reestruturar, quando os auxiliados voltam a ter uma vida normal é uma vitória para toda a equipe. O sentimento de dever cumprido não tem preço. É preciso que a sociedade denuncie”, enfatiza Thais.

As crianças e adolescentes assistidas têm um espaço na sede do centro em que expressam seus sentimentos através de desenhos e conversam com as psicólogas e assistentes sociais. Semanalmente as famílias visitam o local.

Nesta terça-feira (24), a equipe do Creas vai estar em frente ao Mercado Público, no Centro Histórico, distribuindo panfletos e esclarecendo as dúvidas da população.

Diferença entre abuso e exploração sexual

O abuso é todo e qualquer ato de natureza ou conotação sexual em que adultos submetem menores de idade a situações de estimulação ou satisfação sexual, imposto pela força física, pela ameaça ou pela sedução.

A exploração pressupõe uma relação de lucro ou troca, onde o sexo é fruto de uma troca, seja ela financeira ou de qualquer espécie.  A exploração sexual pode se relacionar a redes criminosas envolver um aliciador, que lucra intermediando a relação da criança ou do adolescente com o cliente.

Sintomas típicos da criança ou adolescente abusados sexualmente

Queixas somáticas diversas;
Transtornos alimentares e do sono;
Isolamento social e aversão ao contato físico;
Baixo rendimento escolar e dificuldade de concentração;
Falta de confiança em adultos;
Conduta agressiva, autodestrutiva ou delituosa;
Mudanças bruscas de humor;
Enurese (perda de urina não intencional);
Comportamento sexualizado, inapropriado à idade;

Como proceder

A maioria dos casos são denunciados anonimamente. O primeiro passo é ligar para o Disque 100 (serviço do disque denúncia nacional), ou entrar em contato com o conselho tutelar de sua cidade. Caso seja comprovada a existência de violência, a família será orientada a realizar um boletim de ocorrência e será encaminhada para o Creas. O departamento trabalha com todos os tipos de direitos violados.

Disque 100

O serviço do Disque Denúncia Nacional de Abuso e Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes é coordenado e executado pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República.

Por meio do 100, o usuário pode denunciar violências contra crianças e adolescentes, colher informações acerca do paradeiro de crianças e adolescentes desaparecidos, tráfico de pessoas – independentemente da idade da vítima – e obter informações sobre os Conselhos Tutelares.

O serviço funciona diariamente de 8h às 22h, inclusive nos finais de semana e feriados. As denúncias recebidas são analisadas e encaminhadas aos órgãos de defesa e responsabilização, conforme a competência, num prazo de 24h. A identidade do denunciante é mantida em absoluto sigilo.