Foto: Deize Felisberto/Clicatribuna
Avicultores se mobilizam para discutir o fechamento de aviários na região. Na semana passada, sete aviários do município de Treviso tiveram suas atividades encerradas. Em toda a Região Sul, outros processos para o fechamento estão sendo protocolados, segundo a diretoria da Associação dos Avicultores da Região Sul. "Esses aviários foram fechados sem esclarecimentos por parte das agroindústrias, o que nos foi passado é que haveria problema de logística e por isso a decisão", conta o presidente da associação, Emir Tezza.
Ele coloca que a atitude das empresas deixa as famílias sem remune-ração. "Como esses produtores vão pagar seu débitos em banco?", questiona Tezza, acrescentando que parte desses produtores adquiriu financiamentos bancários para melhorias nas propriedades em cumprimento a novas exigências sanitárias. Dos 120 aviários, hoje são apenas 40. "O preço baixo pago ao produtor está inviabilizando a permanência na atividade", cita Tezza, entre as dificuldades enfrentadas pelos produtores.
Segundo a associação, as dívidas dos avicultores no Sul ultrapassam R$ 100 milhões. Conforme o presidente, uma mobilização entre os avicultores e o Sindicato da Alimentação poderá ser articulada para o fechamento das três unidades de abate da região. "Também temos o apoio de traba-lhadores dessas agroindústrias e, se for aprovada essa ação, paralisaremos toda a cadeia de abate. Todo o estado vem enfrentado a crise na atividade por conta das condições de trabalho. Não estamos conseguindo negociar com as empresas, parece que se formou um cartel em Santa Catarina", revelou Tezza em entrevista ao Jornal A Tribuna.
O preço final pago por ave pelas empresas integradoras aos criadores está entre R$ 0,35 e R$ 0,45, valor que não cobre os custos de produção.
